segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Nuno Gomes Olé

Num jogo com pouca história, a aparição goleadora do Nuno Gomes foi o facto mais saliente. Já se sabia que o Aves era uma equipa competitiva apesar de ser duma divisão secundária. O treinador Vitor Oliveira, com medo das transições rápidas do Benfica, deixou as maiores armas atacantes no banco e optou por um esquema fora do habitual dando completamente a iniciativa de jogo a um Benfica alternativo, não só no equipamento como também na maioria dos titulares, excepção feita a Pablo Aimar e Javi Garcia.
O Benfica marcou primeiro, após um cruzamento de Fernandez, Javi aproveitou o mau movimento defensivo do Aves e quase da entrada da área marcou de cabeça. O Aves reagiu e mostrou as fragilidades duma equipa sem rotinas, aproveitando a lentidão de Luis Filipe, Sidnei (que esteve bem melhor a atacar do que a defender) e César Peixoto, bem como a solidão do Javi Garcia no meio campo. Aí entrou em acção Carlos Xistra, perdoando faltas e amarelos a Sidnei e Luis Filipe e posteriormente esquecendo-se de assinalar um penalty a favor do Benfica por mão de um jogador do Aves na sua grande área. À frente, Filpe Menezes não existia, Kardec não tocava na bola, ficando os movimentos apenas à responsabilidade de Aimar e Jara, que quando não fazia demasiadas fintas, dava boa sequência às jogadas de Aimar e duas ou três de Fernandez que acusou o peso da camisola na estreia apesar da sua assitência para o primeiro golo do Benfica.
Na segunda parte, Vitor Oliveira arriscou e a sua equipa não aguentou, não aguentou fisicamente e menos ainda aguentou a entrada de Salvio que imprimiu uma nova dinâmica à equipa. Assim, o segundo golo foi natural, até porque Jara tentou, tentou até marcar. Com as entradas de Airton para o lugar de Aimar e de Nuno Gomes para o lugar de Kardec, o Benfica ganhou um futebol mais objectivo e directo, pelo que não espantou o golo de Nuno Gomes, novamente a marcar logo após entrar e já ao cair do pano, a assistência de Nuno Gomes para a bomba de Felipe Menezes que até aí pouco ou nada se tinha visto.
Moreira - Seguro, duas ou três defesas, mas pouco trabalho
Luis Filipe - Teve alguma dificuldades na primeira parte, sendo poupado pelo árbitro a um amarelo depois de uma entrada a matar que impediu jogada perigosa. Na segunda parte frente a adversários mais cotados esteve melhor
Sidnei - lento a defender, mas muito bem a siar com a bola controlada e a incorporar-se nos movimentos ofensivos, ficando na retina a dobra para Salvio
Jardel - Sóbrio, eficaz, seguro, pelo seu lado nada passou
César Peixoto - Mais um jogo pobre de um dos mal-amados do terceiro anel
Javi Garcia - Marcou o golo inicial e recuperou muitas bolas no meio-campo
Felipe Menezes - Enquanto jogou à direita foi um zero, quando derivou para a esquerda manteve a bitola, embora tenha feito um remate desenquadrado antes de marcar o 4.º golo do Benfica num violento remate com o pé esquerdo. Não basta ter técnica, é preciso ter determinação
Pablo Aimar - Um jogo abaixo do normal, provavelmente por estar mal acompanhado e por fazer muitos jogos seguidos
JL Fernandez - Uma estreia difícil pois a transição para o futebol europeu é complicada e ainda parece um corpo estranho à equipa. Bons cruzamentos, de entre os quais o do primeiro golo, mostrou que tem raça mas ainda não está ao nível exigido para o campeonato português.
Jara - muita garra, muito querer, muita determinação, não se importando com o facto de o adversário ser menor valia, ou de a equipa não ser a habitual titular. Marcou um bom golo, teve boas jogadas, fez uma finta de letra que ficou na retina, mas acima de tudo mostrou que poderá ser uma opção válida para jogar mais minutos do que o que tem jogado até agora. Agora venham os lagartos na meia-final. Só espero que a final volte ao Estádio do Algarve, esse talismã para as nossas cores. E para eu ver o jogo ao vivo, claro está.
Alan Kardec - Desaprecido, apenas lhe contei um remate ao lado. Se a bola não lhe chega tem que a procurar e quando chega tem que fazer a diferença, ao invés de Jara, mostra muita falta de confiança
Salvio - Entrou e revolucionou pela velocidade que imprime, esteve no segundo e terceiro golos e mostrou estar muito acima da generalidade dos colegas e adversários
Airton - Entrou na segunda parte para poupar Aimar. Colocando-se ao lado de Javi Garcia funcionou como um tampão que impediu o Aves de se aproximar da baliza. Não acredito que seja experiência para antas, porque por um lado o adversário tem maior valia e por outro fica muito espaço à frente dos trincos com a saída do Aimar.
Nuno Gomes - Após tantas épocas da relação amor/ódio com os sócios e adeptos, está claramente na fase do maior romantismo. Para ajudar à festa entrou e marcou e depois ainda assistiu para mais um golo. Duvido é que isso mude as ideias de Jesus.

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