terça-feira, 30 de novembro de 2010

Corruptos, Putas e Casinos

Vale a pena perceber o que está na origem dos favores que o Assessor Jurídico da Federação Portuguesa da Fruta, Dr. João Leal, e outras personagens do couto da fantasia cá do burgo “pagam” frequentemente ao Grande Flatulento (que até é recebido com louvor na Assembleia da República)!

Como se constrói o futuro

Os três grandes clubes do nosso futebol, todos os anos atribuem prémios às figuras que mais se destacaram ao longo do ano. Benfica e Sporting, normalmente fazem as suas festas em privado, ou seja nas suas próprias instalações, mas o FC Porto aluga o Casino da Póvoa onde recebe todos os seus convidados e atribue os seus prémios.Conta-me uma alta patente das nossas autoridades e que nada tem a ver com o FC Porto, que uma vez foi convidado oficialmente a estar presente e como é normal colocaram-no numa mesa, onde por caso estavam 3 juízes. Ao longo da noite, conta-me o meu amigo, que esse trio de convidados, mesmo sem saberem quem era a patente que estava na sua mesa, conversavam animadamente sobre a forma como conviviam com o clube, manifestando um deles, grande contentamento, por naquela noite ser um dos galardoados, enquanto outro já marcava espaço na lista para a próxima edição.Conversavam todos sobre as lautas viagens que o clube lhes tinha proporcionado gabando-se um deles que conhecia a Europa toda e outras partes do mundo, sempre como convidado dos dragões.Mas o que mais deixou a apreensivo o meu amigo foi o facto do espaço reservado aos “vips” ter sido servido por boas mulheres em “top-less” e no final, até tiveram direito a “streap-tease”. Mais admirado ficou o meu amigo, quando olhou para o seu lado e verificou que todos os convidados “vips” tinham um lote de fichas para poderem jogar no Casino. É assim que se conquista o poder.

Fonte: Blog da Bola

Homenagem ao Blog da Bola - Angola uma prostituta cara

Nunca é tarde demais para recordar e homenagear um dos grandes e dos melhores blogs que passaram pela blogosfera em Portugal, um blog frontal e sem papas na língua que acima de tudo lutava pela verdade e colocava a nú a promiscuidade que reina em Portugal entra politicos, empresários clubes e todo o tipo de gente.
Blogs como o foi o Blog da Bola continuam a fazer falta já que o jornalismo em Portugal se omite das suas verdadeiras funções em que se limita a bombardear os Portugueses com jornaleirismo de pacotilha a fazer lembrar as velhas capas de jornais como o " Crime " entre outros.

Angola: uma prostituta cara

Estamos a ser colonizados pelos angolanos.
A terra do dinheiro, dos diamantes, petróleo e de um povo marcado pela fome e que muito provavelmente vai ajudar a acabar com a democracia no nosso país. Semelhanças que também nos tocam.
E perguntam vocês. O que é que isto tem a ver com futebol?
No centro de todos os negócios perspectivados pelos angolanos estão os presidentes dos três maiores clubes portugueses e o “mestre” Joaquim Oliveira. Filipe Soares Franco vendeu o património do Sporting a um grupo de capitais angolanos e passados meses, a sua “OPCA” já estava nas mãos da nova “OPWAY” numa parceria com o grupo Espírito Santo e com grande implantação em Angola. Luís Filipe Vieira encaminhou todas as suas empresas de construção para “ajudar” na revitalização de Angola e até mandou como apenso o seu vice Mário Dias com a missão de construir os estádios de futebol para o CAN. Pinto da Costa, como não tem empresas, lá vai gerindo os seus negócios além-mar, com alguma descrição e ajuda do seu grande amigo Kundi Paihama, ministro da defesa angolano e com lugar reservado no camarote presidencial do Dragão. O presidente portista, até já fez saber, que um dia, quando se chatear, ainda vai curtir uma de caçador de elefantes para o país dos novos horizontes. Joaquim Oliveira, nem se quer lembrar dos dias em que ganhava a vida a assar frangos na capital de Angola. Com a ajuda do BES, em 2004, convenceu os angolanos a investirem na compra da Lusomundo e José Sócrates passou a ter porta aberta de defesa em toda a linha no seu grupo de CS. Enquanto isso, os capitais de José Eduardo dos Santos, presidente angolano, começaram a proliferar nas maiores empresas portuguesas. Quando o Governo fez saber que iria passar licenciamento para o 5º canal, logo surgiu “Oliveirinha”, agora com novo sorriso, a mostrar-se interessado num concurso cuja garantia de vencer era de 99%. Seria mais um canal a apoiar a gestão do nosso primeiro. Mas, pelos vistos, era pouco.

José Eduardo Moniz, director geral da TVI, exactamente o mesmo que abriu as portas da RTP à Olivedesportos, transformando esta empresa numa operadora de televisão sem ter uma única câmara de filmar, foi convidado para ajudar ao lançamento do novo canal de televisão em Angola, “TV Zimbo”, por coincidência este canal tem o mesmo nome da casa de alterne e "strep-tease" que Joaquim Oliveira tinha na cidade do Porto: “Zimbo Bar”.
Mas, entretanto, um grupo de empresários portugueses está “tentar” convencer os angolanos a comparar à Prisa a TVI e Joaquim Oliveira está no negócio. Caso se confirme esta compra, a nossa democracia corre sérios riscos, pois se estivermos atentos a todas estas ligações, José Sócrates vai contar com o apoio de 4 canais de televisão generalistas: RTR 1 e 2, TVI e 5º canal. Isto porque a ZON já está na primeira linha para o licenciamento deste 5º canal e mais uma vez, Joaquim Oliveira não fica de fora. Quem vai ficar de fora é a SIC, mas com algumas condições.


Fonte: Blog da Bola

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O mito de Salazar e o Benfica

O mito do apoio de Salazar, Presidente do Conselho de Ministros, ao Benfica tem sido retratado de muitas formas. Uma delas, descreve que o Benfica não vendeu o Eusébio para o Inter de Milão em 1966, pois Salazar vetou a transferência…

Após o Mundial de Futebol de 1966, as atenções do mundo viraram-se para Eusébio, e o Inter de Milão abordou o Benfica para a compra do futebolista. Contudo, nesse mesmo ano, a Federação Italiana de Futebol (FIGC) proibiu a entrada de jogadores estrangeiros, como forma de corrigir o péssimo desempenho da Squadra Azzurra no torneio. Embora com o desejo de realizar algum lucro, o Benfica viu a transferência abortada, não por um Presidente do Conselho interessado em que um dos maiores tesouros nacionais não saísse do país, mas sim por uma lei que esteve em vigor no futebol italiano até 1980, sendo que doís anos depois a selecção italiana voltava ao título mundial…

Diversos episódio retratam que, na verdade, o Benfica não só não era apoiado por Salazar, mas que até chegava a ser penalizado. O hino original do Benfica, intitulado “ Avante, Avante P'lo Benfica " e escrito por Félix Bermudes, foi censurado pelo Governopor ser visto como uma afronta. Entre os presidentes, contam-se diversos opositores anti-fascistas, como Tamagnini Barbosa ou Manuel Conceição Afonso, bem como a regular realização de assembleias gerais, e eleições livres para os cargos dirigentes. O Sporting, é que jogava na época no Campo 28 de Maio, a data da Revolução que implementou o Estado Novo, e quando o Benfica foi jogar para lá, alterou-lhe o nome para Estádio do Campo Grande…

Historias de Corrupção - Penafielgate

Novembro de 1990. Tudo aconteceu num Penafiel-Belenenses envolvendo o árbitro Francisco Silva, mas nos registos está escrito que quem apitou foi Fortunato Azevedo. Rebentou o escândalo do Penafielgate, em que tudo sucedeu nos balneários antes do jogo com um cheque de 2000 contos e que teve pesadas consequências para Francisco Silva.

Uma combinação entre Manuel Rocha (presidente do Penafiel), Lourenço Pinto (presidente do Conselho de Arbitragem) e o árbitro Francisco Silva resultou num cheque passado no valor de 2000 contos. Mais tarde, através de uma gravação telefónica entre os intervenientes, ficou-se a saber que eram 1500 contos relativos ao jogo com o Belenenses e os restantes 500 contos relativos aos jogos de outros clubes apitados por esse árbitro e onde o Penafiel tinha interesses. Contudo, nos balneários de Penafiel, após receber o cheque, Francisco Silva escusou-se apitar dizendo que estava doente. “Ó Chico, eu bem te avisei... ó Chico, o que tu foste fazer!” clamava Lourenço Pinto em conversa telefónica com o árbitro. Com o cheque e as escutas telefónicas como prova, os três intervenientes iriam sofrer a pesada mão da justiça.

E resultou na irradiação de Francisco Silva do futebol!
Só em Portugal é que o corrompido é castigado, mas nunca o corruptor: Manuel Rocha “retirou-se” do clube e Lourenço Pinto passou a pasta do Conselho de Arbitragem. E, já agora, este Lourenço Pinto que participou no suborno do árbitro, é foi o advogado do Pinto da Costa no caso Apito Dourado! Curioso…

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Despedida da Champions



Não gosto de despedidas e custa-me a escrever porque fiquei triste, ficamos todos, portugueses e benfiquistas.
O nosso "Benfica nunca perde,ás vezes é que não ganha" citando a frase de um amigo da Gloriosaesfera, hoje foi uma dessas vezes.



Conforme tenho vindo a dizer nesta competição faltou a eficácia, até entramos bem no jogo apesar de faltar ainda mais um pouco de velocidade, os jogadores sabiam que tinham que vencer,Kardec e de Luisão que estiveram perto marcar.

Fomos superiores mas não fomos eficazes ao contrário do Hapoel que nas primeiras oportunidades que teve e de um livre fez o golo, continuamos ou a ser a equipa mais rematadora. O Kardec aos 28min. remata ao lado só com o guarda-redes pela frente, depois de um grande passe de Aimar que tanto correu neste jogo.

O factor árbitro decide invalidar um golo ai Benfica por alegado fora-de-jogo de Kardec antes de terminar a 1ªparte.

O Shalke vencia o Lyon e isso desmoralizou, penso eu. Atacávamos em 4-4-2 clássico, com a troca de Saviola pelo regressado Cardozo para o lado de Kardec. Mais para o fim e sem conseguirmos deitar abaixo a muralha por muito que tentamos, Jesus mexe novamente, entra Jara para o lugar de Javi, nova alteração táctica para 4-3-3...nada e quem não marca sofre enfim...

Resta-me falar a sangue quente que o meu Benfica, o Benfica que idealizei para esta temporada era um Benfica mais maduro e eficaz que perante este adversário sairia por cima e agora com este resultado estamos com 6 pontos em 3º no grupo, mas acredito na nossa casa, com todo o vosso apoio, vencendo o Shalke ainda nos vingaremos na Liga Europa.

ÁGUIA AO PEITO NESTE JOGO - Javi, Aimar, Luisão, Maxi e Coentrão

FORÇA BENFICA

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Hapoel Tel Aviv - Sport Lisboa e Benfica

Manifesto pela GREVE!

A GREVE GERAL de 24 de Novembro é uma indispensavél manifestação de indignação colectiva contra as injustiças e imposições practicadas pelo Governo do PS com o apoio da direita e pelo poder económico dominante. A mudança de políticas é uma exigência do presente e garantia do futuro.

A GREVE GERAL diz respeito a todos os trabalhadores e trabalhadoras, porque estão em causa os seus direitos e interesses fundamentais; é a favor dos desempregados porque o desemprego é uma violência para qualquer trabalhador e empobrece o País; Interessa às jovens gerações porque é preciso travar a precaridade e a exploração dos jovens, sob pena de virem a ter uma vida que os seus pais e avós; É a favor da esmagadora maioria da população porque as suas condições de vida estão a piorar aceleradamente; É uma luta pelo futuro de Portugal porque exigimos que se priorize o emprego, o investimento e o crescimento económico.


A GREVE GERAL é Contra as medidas de austeridade que encostam à parede os que menos têm e menos podem! E que hipotecam o desenvolvimento do País e levam à recessão na economia!

A GREVE GERAL é contra a redução do poder de compra dos salários de todos os trabalhadores da administração pública e do sector privado, contra a tentativa de boicote do aumento do Salário Mínimo Nacional para 500€, em Janeiro de 2011; contra o aumento da carga fiscal sobre os rendimentos do trabalho. A proposta do orçamento de Estado prevê um corte nos salários reais do sector público em 2011 entre 3,2 e 13,2 . No sector privado, segundo dirigentes patronais, está-se a pagar menos 30 a 40% do que se pagava para as mesmas funções há apenas 2 anos.

A GREVE GERAL é contra o generalizado agravamento do custo de vida, com o aumento do IVA e dos preços dos produtos alimentares, dos medicamentos e de serviços prestados na área da Saúde, da Educação, da Energia, dos transportes colectivos, das custas judiciais e outras taxas de estado;

A GREVE GERAL é contra as práticas patronais generalizadas de ataque aos direitos dos trabalhadores, de flexibilização selvagem dos horários de trabalho, de utilização generalizada da precaridade para reduzir a retribuição, os direitos dos trabalhadores e a protecção social.

A GREVE GERAL é contra o bloqueio da negociação colectiva e as jogadas dos patrões e do Governo para fazer caducar as convenções colectivas existentes, para legitimar a retirada de direitos.

A GREVE GERAL é contra o congelamento das pensões de 3.5 milhões de pensionistas e contra a diminuição ou eliminação des abonos de família a cerca de um milhão e meio de crianças e jovens de famílias com baixos rendimentos.

A GREVE GERAL é contra o empobrecimento dos trabalhadores e da população e o aumento das desigualdades, que colocam metade da sociedade Portuguesa sem situação de carência, sem esperança no futuro, enquanto os ricos continuam mais ricos.


BASTA DE DESIGUALDADES!

Entre 2008 e 2009, défice do Estado passou de 2,8% para 9,3% porque meteram entre 5 e 7 mil milhões de euros no BPN e foram dados milhares de milhões de euros aos grandes grupos financeiros e económicos. Este é dinheiro nosso que saiu e não voltou! Entretanto, 22 empresas de bens não transaccionáveis, só no 1º semestre de 2010, somaram quase 3 mil milhões de euros de lucro, à custa dos preços que impõem aos cidadãos e à generalidade das empresas, quando compramos os seus produtos; para onde vai esse lucro no fim do ano? Para os bolsos dos accionistas! Mas este valor dava para cobrir 84% do corte necessário na despesa dos sacrifícios que querem impor aos trabalhadores e pensionistas.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Os "Quinhentinhos"

José Guimaro é um caso impar no futebol português. É o único árbitro (até agora) a ser condenado por corrupção num tribunal judicial. Os 500 contos que recebeu em troca do favorecimento num célebre Leça FC vs Académico de Viseu não foram compensação suficiente para o que se seguiu…

Em 7 de Junho de 1993 o Leça FC recebia o Académico de Viseu, e em caso de vitória festejaria o título da 2ª. Divisão B. José Guímaro era o árbitro e o Leça FC ganhou por 3-0, acrescentando uma taça ao seu palmarés. Contudo, em Junho de 1994, a Polícia Judiciária detém o árbitro após uma diligente investigação, com conversas telefónicas comprometedoras com “Manecas” (Presidente do Leça FC), Manuel Rodrigues (pai do Presidente do Leça FC), António Ramos e Joaquim Pinheiro (intermediários, sendo este último irmão de Reinaldo Teles, vice-presidente do FC Porto), e a fotocópia de um cheque de 500 contos assinado pelo “Manecas” e endossado a José Guímaro. Pela primeira vez um tribunal judicial julgava e condenava por corrupção desportiva! Os 500 contos (sempre referidos nas gravações como os “quinhentinhos”) não eram mais do que o pagamento da primeira prestação pelos “serviços” prestados por José Guímaro.

No final o Leça desceu da Primeira Divisão para a Divisão de Honra pela via administrativa na época de 1996/97, José Guímaro foi condenado a 15 meses de prisão e “Manecas” a 12 meses (sendo entretanto amnistiado) e Manuel Rodrigues e António Ramos a 8 meses de pena suspensa. Joaquim Pinheiro, sempre que confrontado com datas e as suas gravações telefónicas exclamava sempre “não me recordo”, evitando o envolvimento de seu irmão, várias vezes citado nas conversas, e evitando ser condenado. Em todo este processo, a única pessoa que cumpriu pena foi o corrompido, sendo que todos os corruptores passaram incólumes...

A «Operação bolsos limpos»

A Passagem do árbitro José Guimaro pela Prisão
A «Operação bolsos limpos»
Que terminou de mãos vazias

No final do mês de Junho o País dava com árbitro José Guímaro na cadeia. Passados os anos (o ano?) da revolução Socialista, vivia-se de novo um Verão quente.
A partir de uma denúncia anónima de corrupção, enviada por telefaxe, a Polícia Judiciária invadiu a casa de José Guímaro e arrecadou-o. Ficou preso preventivamente nas instalações da própria PJ, para garantir o prosseguimento das investigações. Estava-se perante uma operação inédita, que haveria de ficar conhecida por «Operação bolsos limpos» e que a opinião pública achava pecar apenas por tardia. Para além de José Guímaro outras pessoas foram «visitadas » por agentes da judiciária, embora mais ninguém tivesse sido preso – António Garrido, Marques da Silva, Reinaldo Teles, Jorge Gomes, Veiga Trigo, Soares Dias e, embora não o tivesse sido confirmado, António Marçal. Isto logo nos primeiros dias, pois uma das armas que a Polícia utilizou foi a rapidez.
Porém, os documentos achados nos domicílios destes «visitados» não justificaram a detenção dos proprietários. A investigação, sustentada na colaboração do árbitro detido e do seu companheiro do Funchal, Marques da Silva, e na análise dos documentos, prometia ir longe e pôr tudo em pratos limpos. Estar-se-ia a cumprir a profecia do antigo árbitro Francisco Silva, feita após ter caído na armadilha que o afasto dos campos de Futebol? O ex-juiz Algarvio havia dito que, caso a Judiciária investigasse a arbitragem, os corruptos seriam apanhados. Foram duas semanas efervescentes, com a comunicação social tentando furar os silêncio Policial, justificado de não espantar a «caça grossa».
            O povo convenceu-se de que o futebol iria ficar de cara lavada, embora mentes mais calculistas alertassem que a dita operação não passava de mera manobra de distração governamental para desviar a atenção dos Portugueses das crescentes movimentações sociais de oposição ao poder, com epicentro nos confrontos com a Polícia no tabuleiro da Ponte 25 de Abril.
            Com razão ou sem ela, o facto é que depressa as primeiras páginas dos jornais se esqueceram do caso e algum tempo depois José Guímaro era solto e a «coisa» morria por ali.
            Cinco meses e meio após o início da operação nada se sabe e tudo continua na mesma, ficando o povo cada vez mais céptico e as instituições cada vez mais desacreditadas.

Fonte:
Jornal Desconhecido




segunda-feira, 22 de novembro de 2010

F.C.Porto, Corrupção na PSP e o Guarda Abel

Dragão Ataca
O inquérito Governamental às acusações de práticas violentas pelo Futebol Clube do Porto já apurou as primeiras conclusões. Uma rede unindo polícias e marginais tem sido responsável pela segurança de Pinto da Costa e pelas agressões e intimidações a árbitros, jogadores e dirigentes desportivos rivais.
José Branquinho, Comissário da PSP e responsável pela 1ª esquadra da baixa do Porto, é um dos principais visados no inquérito que já decorre através do Ministério da Administração Interna para apurar os responsáveis pelas cenas de violência verificadas no F.C.Porto - Benfica.
Mas há mais. Os sub-intendentes Paulo Ribeiro e Delfim Passos também estão na mira dos inquiridores, «por terem "abafado " graves situações provocadas por desordeiros pertencentes áquele corpo policial em situações anteriores, dos adeptos do futebol», soube O Idependente junto de fonte ligada à investigação.
    O comissário Branquinho que foi distinguido por bons serviços no tempo de Eurico de Melo pela pasta da defesa é para já o principal visado. São conhecidas as suas anteriores ligações a Alfredo da Silva Teixeira e António Bernardino Pinto, dois marginais presos em 28 de Fevereiro do ano passado por posse de heroína, por quem se fazia acompanhar muitas vezes para prestar proteção a Pinto da Costa e a alguns dirigentes do F.C.Porto.
    Os dois indivíduos em causa foram apanhados em flagrante delito na portagem dos Carvalhos em Gaia, na posse de 600 gramas de heroína e acompanhados pelo comerciante e chefe da rede, Fernando Ferreira. Pinto está preso em Guimarães e Teixeira conseguiu prisão domiciliária, mas as más companhias parece estarem a comprometer o comissário Branquinho. Este grupo de que existem fortes suspeitas de ser liderado pelo conhecido comissário da Baixa do Porto, envolve os nomes de Alfredo Teixeia, e Ribeiro Pinto e, também Abel Gomes, Damião Monteiro. Abílio Costa, Virgílio Marques e ainda um guarde de nome Correia.

Bons Rapazes
    Os dois primeiros elementos da segurança Portista estão detidos. Damião Monteiro foi expulso da PSP por alegadas ligações a uma rede de prostituição. Abílio Costa, ex-subchefe da mesma corporação, foi também «corrido» da policia por se apoderar de objectos furtados, vendendo-os posteriormente. Virgílio Marques conhecido por «Maradona» é porteiro da "Teia" na Rua de Santa Catarina e assíduo acompanhante da Direção Portista - ainda recentemente esteve com os dirigentes do F.C.P no estádio de Alvalade, no jogo frente ao Sporting, onde pôde ser visto na tv quando alguns dirigentes prestavam declarações à Comunicação Social.
    Quanto ao guarda Correia segundo as nossas fontes, «é ele quem distribui as UZZI ao grupo que protege o Clã Portista» O guarda Correia gozara da protecção do Comissário Branquinho e dos subintendentes Paulo Ribeiro e Delfim Passos.
    As pequenas metrelhadoras são fornecidas ao grupo todas as Sextas-Feiras, antes dos jogos considerados importantes, ficando na posse dos citados indivíduos durante todo o fim-de-semana seguindo com eles nas suas deslocações aos mais variados estádios do País, mesmo nas deslocações de avião. Recorde-se já não é a primeira vez que vários porteiros de campos de futebol têm feito referência a intimidações sofridas com esse tipo de armas por acompanhantes não-identificados de dirigentes do F.C.Porto. No Restelo, o ano passado, um porteiro do Belenenses disse-se ameaçado por um indivíduo que possuía uma arma dessas, tendo-se já falado, na altura no nome do guarda Abel Gomes. Mesmo no desenrolar de alguns encontros de modalidasde, como o Andebol e o basquetbol, já se registarão agressões e intimidações embora não tenham tido a divugação de cenas semelhantes no Futebol. O Académico de Braga (andebol), o Sporting (hóquei em patins) e o Benfica (basquetebol) foram os mais sacrificados. Ainda há cerca de 1 mês no pavilhão do Académico de Braga, no final do jogo de andebol entre o Clube local e o Porto, ganho pelo primeiro, se verificaram violentos confrontos com elementos da «segurança» Portista, o mesmo sucedendo no pavilhão das Antas quando o Benfica se sagrou Campeão Nacional de basquetebol. Em ambos os casos houve feridos.

Abafos na Intendência
    A juntar a todos estes personagens, surgem então o conhecido Abel Gomes, o motorista Araújo, da PSP, e Jorge Luis Batista Cardoso, o «Herói», assaltante com cadastro e consumidor de drogas. Segundo as contas dos inquiridores, Branquinho terá perto de 30 homens «prontos» para o que der e vier e que têm demonstrado ultimamente uma atitude tão agressiva quanto capaz de provocar uma verdadeira tragédia.
    Mas dentro da própria PSP do Porto já há reclamações, «apesar do natural receio que estas denúncias possam trazer». O Segundo-subchefe Filipe Nogueira Gomes apresentou na 2ª Divisão da 16ª Esquadra em 1/05/1991, a participação nº 2459 contra Abel Gomes, por agressão a um superior. Diz o subchefe Nogueira que o guarda Abel «dificultou a minha acção junto de outro indivíduos (suspeitos), agarrando-me e disferindo-me uma forte cabeçada no maxilar inferior. Mesmo assim, e depois de movido o processo, Abel não foi suspenso. Continua a sua actividade como se nada se tivesse passado, perante a indignação de alguns dos seus colegas.
    Diz-se entre eles que isto só é possivel porque o subintendente Paulo Ribeiro, abafou o caso». É, aliás, uma situação que recusam comentar publicamente, mas afirmam «á boca cheia» que «enquanto Paulo Ribeiro mandar, o Abel Gomes faz o que quer e o que lhe apetece». «É frequente reunir-se com alguns graduados na Cervejaria Sá Rei, bebendo uns copos já depois da hora de fecho. Estranham também a facilidade e a frequência com que Abel trás equipamentos do F.C.Porto para utilizar nos jogos de futebol de salão realizados entre eles».
    Segundo apurámos, Abel e outros elementos do seu grupo são vistos frequentemente em fato-de-treino, demonstrando preferência pela Adidas, marca que fornece o clube das Antas.
Não faltando inclusive a Abel Gomes o característico «boné à Artur Jorge».
    Ainda em relação às actitudes do guarda Abel, são frequentes as alusões ao seu «exibicionismo bacoco, contráriamente ao que se diz ser», e a um estilo de vida acima das suas possibilidades de agente. Segundo alguns cologas da PSP, vais todos os dias ao Bingo do Boavista, onde gasta vários contos reis, «gostando de se fazer acompanhar ». «É evidente que ele não tem ordenado para isso...» diz-nos quem o conhece.

Fonte:
Jornal " O Independente"
Edição de 17 de Maio de 1991

FC Porto apanhado nas offshores do ‘Furacão’

FC Porto apanhado nas offshores do ‘Furacão’
O FC Porto está outra vez debaixo de fogo. As contas bancárias dos dirigentes, designadamente de Pinto da Costa, já estavam a ser escrutinadas para se verificar se havia branqueamento de capitais nas transferências dos jogadores. Agora é a vez de os elementos da Direcção Central de Combate à Criminalidade Económica e Financeira verificarem os documentos que foram no final do ano passado apreendidos na consultora Delloite, no âmbito da ‘Operação Furacão’, à procura do rasto do dinheiro que passou por contas offshore.

As certidões do processo já foram enviadas para a PJ e, nesse caso, o clube é suspeito de fraude fiscal. A Judiciária tenta agora perceber a que negócios se referem as verbas cujas transferências foram detectadas e a forma como foram feitos os contratos de compra ou venda dos atletas.

Segundo apurou o CM, os dois processos mantêm-se em equipas separadas, mas haverá troca de informação sempre que for encontrado algum dado coincidente.

Por seu turno, a investigação a cargo da equipa liderada por Maria José Morgado está mais avançada, atendendo a que nesse processo foi levantado o segredo bancário do presidente portista. Foram ainda pedidas informações sobre 150 transferências concretas.

OUTRAS EMPRESAS

As buscas à Delloite, que aconteceram no âmbito da ‘Operação Furacão’, permitiram ao Ministério Público encontrar importantes fluxos de dinheiro para paraísos fiscais. Tudo indica que dezenas de empresas se furtaram ao pagamento dos impostos através deste método, sendo o FC Porto um dos beneficiários do esquema fraudulento.

Fonte:
http://www.anti-corupcao.o-f.com/

O império de Oliveira

O império de Oliveira

Joaquim Oliveira começou a vida a cozinhar, lavar pratos e a servir à mesa na Pensão Roseirinha, em Penafiel. Foi a fazer amigos e influenciar as pessoas que se transformou num magnata do futebol e da Comunicação Social

O futebol é o território da paixão em todos os domínios, excepto num - o dos negócios. A prova disso é que quase ninguém arrisca jurar por quem é que Joaquim Oliveira esteve a torcer segunda- feira à noite, no Sporting-FC Porto. O dono da Olivedesportos é extrovertido e amigo do seus amigos - que garantem que ele é uma pessoa encantadora. Mas quanto a preferências clubísticas, fecha-se em copas e adopta uma fria atitude racional.

Nasceu em Penafiel, a 12 de Fevereiro de 1947, filho de Dona Lucinda, proprietária da Pensão Roseirinha, desprovido de qualquer jeito para o futebol - ao invés do que aconteceria com o seu irmão mais novo, António, que se revelou um predestinado. A prenda dele era outra. Trazia como equipamento de origem aquele sexto sentido que lhe permite adivinhar de que lado do pão está a manteiga.

No restaurante da mãe, cozinhava, servia à mesa e lavava pratos. Foi fiel de armazém antes de a tropa o levar para o Norte de Angola. Gostou dos ares da antiga colónia, onde regressou depois de regressar à vida civil. Tinha 23 anos e já era um popular comerciante de Luanda, dono de uma cervejaria e sapatarias, cómoda situação que teve de abandonar, num apressado retorno à metrópole, quando os três movimentos de libertação de Angola se envolveram numa sangrenta e prolongada guerra civil.

De volta ao Porto, o irmão deu-lhe uma mão, ajuda que ele mais tarde retribuiria, com juros, dando-lhe as duas. Vagabundeou por vários comércios - geriu um bar de «strip-tease» no Porto e uma charcutaria em Lisboa - até se instalar em definitivo na capital e deitar âncora nos negócios do futebol, fundando a Olivedesportos em 1984, a meias com o irmão.

Vinte anos depois é rico, poderoso e tem os vícios correspondentes. Fuma dois ou três charutos cubanos por dia e bebe uísque Old Parr. Habita com a mulher, Irene, uma moradia em Bicesse, que tem as paredes decoradas com uma selecção ecléctica de nomes seguros da arte contemporânea portuguesa (Vieira da Silva, Medina e Pomar). O irmão, António, é obcecado por pintura, sendo o maior coleccionador privado de obras de Júlio Resende. Ele prefere os relógios, de todos os feitios, caros e baratos. É coleccionador compulsivo - tem-nos às centenas.

O jardim da moradia tem espécies orientais que ele aprecia e albergou uma horta com cebolas, batatas e couves que Joaquim plantou quando reparou que os netos não faziam a mínima ideia de qual era a origem do que lhes aparecia no prato.

 A não ser que tenha um pequeno-almoço madrugador marcado para as sete da manhã, no Tivoli, com o amigo e banqueiro Ricardo Salgado (presidente do BES), prefere deixar passar a hora de ponta na A5 antes de se aventurar em guiar para o escritório nas Laranjeiras, junto à Loja do Cidadão.


A sua maior especialidade é fazer amigos e cultivar relações, artes em que é um verdadeiro mestre, como se prova pelo facto de ter reunido Santana Lopes e José Sócrates em sua casa, quando fez 57 anos. Mal reparou que o golfe era um desporto magnífico para cultivar relações, não hesitou um segundo em comprar lições e encomendar um saco.

A relação estreita de amizade que mantém com o actual primeiro-ministro remonta ao tempo em que Sócrates foi encarregado por Guterres da campanha para trazer o Euro 2004 para Portugal. Joaquim, cuja rede de influências no domínio do futebol não conhece fronteiras, deu uma preciosa ajuda nos bastidores, abrindo uma porta aqui, desbloqueando um apoio acolá, numa acção decisiva para a vitória final. Sócrates não esquecerá nunca esses favores.

O texto que se segue tem como objectivo ajudar o leitor a perceber como é que um modesto fiel de armazém de Penafiel se transformou num dos homens mais poderosos do nosso país.

Joaquim era pau para toda a colher na Pensão Roseirinha, em Penafiel, dirigida com mão de ferro pela mãe Lucinda e famosa pelo lendário cabrito assado no forno. Enquanto Toninho, o irmão, cinco anos e meio mais novo, entretinha reformados e desempregados no Campo da Feira fazendo magia com uma bola de futebol, ele cozinhava, servia à mesa e lavava os pratos. Pela vida fora, os papéis dos irmãos Oliveira nunca mais se inverteram. António sempre viveu da inspiração. Joaquim triunfou à custa da transpiração.


DA PENSÃO ROSEIRINHA AO «STRIP-TEASE» ZIMBO

Ainda foi fiel de armazém antes de ser chamado a defender a pátria, no Norte de Angola. A tropa teve o condão de abrir ainda mais os olhos a este rapaz, atinado e trabalhador, mas também muito empreendedor e ambicioso, que logo identificou Angola como terra de boas oportunidades. Depois de desmobilizado, ainda viajou até à Metrópole mas logo regressou a Luanda. Com apenas 23 anos, já era dono do seu próprio restaurante, e como não era homem para ficar parado alargou os interesses empresariais ao comércio de sapatos.

No dealbar dos anos 70, dono da Cervejaria Esplanada São João, era uma figura popular na cena de Luanda. Tinha boa conversa, uma lendária facilidade de fazer amigos e era irmão de Oliveira, o ídolo azul-e-branco da bola que despontava na metrópole e cujas proezas eram relatadas com detalhes encomiásticos pelos jornais e rádios angolanas. Tudo isto ajudava a vender mais uns barris de cerveja Cuca.

O 25 de Abril estragou-lhe os negócios angolanos. A guerra civil, que rebentou ainda antes da declaração da independência, a 1 de Novembro de 1975, tornou o ar de Luanda irrespirável para um próspero comerciante branco. Retornou a Portugal, deixando para trás sapatarias e cervejaria.

Teve de começar de novo, refazendo a vida com a ajuda do irmão futebolista, cujo imenso talento se esgotava entre os relvados e os namoros. O mano mais velho entrava com o jeito para os negócios. O mais novo contribuía com a massa.


ANTÓNIO VOLTA AO PORTO, JOAQUIM FICA EM LISBOA

Joaquim vagabundeou por diversos negócios - como o Zimbo, clube de «strip -tease» na Rua Santa Catarina (Porto), ou uma charcutaria no Centro Comercial Alvalade, em Lisboa, para onde se mudou acompanhando o irmão quando este assinou pelo Sporting. Até que, no início dos anos 80, travou conhecimento e fez amizade com o italiano Diego Bastino, o maior empresário do mundo de publicidade estática, actividade que o pai Bastino tinha inventado e iniciara em 1952, no Estádio de Wembley.

Em 1984, deitou para trás das costas o cheiro a fritos e assados, passando a dedicar-se à exploração da publicidade nos estádios. Nascia a Olivedesportos, com o capital dividido em partes iguais pelos dois irmãos de Penafiel, a empresa que organizou, profissionalizou e ajudou a revolucionar os negócios do futebol no nosso país.

Antes dos Oliveiras, a publicidade à volta dos campos era uma actividade amadora. Como a soma das receitas conseguidas com a bilheteira e as quotas dos sócios nunca chegavam para fazer face às despesas, os dirigentes dos clubes pediam ajuda aos empresários da terra, oferecendo-lhes em troca espaço nos painéis publicitários.

A Olivedesportos arrancou com as concessões do Chaves e do Sporting mas rapidamente cresceu. Dez anos depois já controlava a publicidade estática de 14 dos 18 clubes da primeira divisão. No início, dedicou-se à compra e venda de jogadores, actividade em que se estreou em 1984 importando os paraguaios Alonso e Cabral para o Rio Ave. Chegou mesmo a criar uma sociedade para este negócio, a Futinvest, que tinha como director-executivo José Veiga, o antigo presidente da Casa do FC Porto no Luxemburgo, que à época vivia nas boas graças de Pinto da Costa. Posteriormente abandonou esta área de negócio, passando a empresa a Veiga.

A opção era clara. Tratava-se de focalizar a actividade do grupo na exploração da publicidade estática e das transmissões televisivas, negócios que implicavam estar de bem com os clubes a quem compravam os direitos. E as compras e vendas de jogadores podiam introduzir um ruído desnecessário num negócio que deslizava sobre rodas.

Em 1985, intermediou a sua primeira transmissão televisiva de um jogo de futebol (Checoslováquia-Portugal). No ano seguinte, foi visto em Saltillo a carregar painéis de publicidade e a dirigir a sua colocação à volta dos campos em que a selecção portuguesa disputou os três jogos no Mundial do México. António arrumara, no entretanto, as botas e regressara ao Porto. Ainda era o mais famoso dos dois irmãos. Mas não o seria por muito mais tempo. Joaquim optou por se manter em Lisboa. Com a sua facilidade em fazer amigos e influenciar as pessoas, o negócio prosperava até ser sacudido pelo sobressalto do nascimento da televisão privada.


RICARDO SALGADO DÁ UMA AJUDA

O aparecimento da SIC e a vitória de Vale e Azevedo nas eleições do Benfica ameaçaram seriamente o equilíbrio ecológico em que medrava o negócio dos irmãos Oliveira.  O novo canal privado escolheu o futebol para levar os portugueses a sintonizarem o canal 3 nos seus aparelhos, o que agitou o doce e reservado mundo das transmissões televisivas, até aqui reserva de caça exclusiva da Olivedesportos.

A SIC abriu as hostilidades, quebrando o monopólio ao pagar 400 mil contos por três jogos (Porto-Benfica, Sporting-Benfica e Sporting-Porto). Seguiu-se o ataque de Vale e Azevedo que mal chegou à presidência do Benfica rasgou os contratos que o seu antecessor Manuel Damásio tinha assinado com a Olivedesportos, e negociou com a SIC direitos de transmissão televisiva pelos quais o seu clube já recebera. No entretanto, o «Record», dirigido pela dupla Cartaxana/Marcelino era a ponta de lança da campanha contra uma Olivedesportos acusada de, em coligação com o FC Porto, controlar o futebol, com recurso a meios duvidosos.

A batalha ia ser dura. Demorou anos e desenrolou-se em diversos tabuleiros. Nos tribunais, mas também nas páginas dos jornais e nos ecrãs de televisão. Para não lhe faltar a voz durante os tempos de difíceis combates que se avizinhavam, Joaquim adquiriu, em 94, por um preço simbólico (50 mil contos), o jornal desportivo «O Jogo», que a Lusomundo se preparava para encerrar, insatisfeita com os escassos sete mil exemplares de circulação do diário - número que em dez anos foi multiplicado por sete, na sequência de um investimento acumulado que rondou os 15 milhões de euros.


UMA FANTÁSTICA TEIA DE CUMPLICIDADES

Por falta de fôlego financeiro, em dado momento desta guerra contra a dupla Rangel/Vale e Azevedo, Joaquim esteve à beira de atirar a toalha ao chão. Encarou mesmo vender o grupo, então avaliado no intervalo entre os 12 e os 15 milhões de contos, a Francisco Balsemão. Mas Ricardo Salgado deu-lhe a mão, comprando-lhe o tempo necessário para ganhar a guerra. Foi o início de uma bela amizade com o banqueiro. Mais tarde, o BES e a PT desaguaram no mundo do futebol - até então muito ligado ao BPI, que montara as SAD do Sporting, FC Porto e Boavista - pela mão de Joaquim, patrocinando os três grandes e a Selecção.

Durante a guerra foi cuidadoso. O alvo dos processos judiciais foi sempre Vale e Azevedo, nunca o Benfica. Na hora da vitória, com o inimigo atirado para a cadeia, soube ser magnânimo, ao converter em 20% do capital da Benfica Multimedia os 2,1 milhões de contos que o clube encarnado teria de lhe devolver.

Em 1994, afirmou ao EXPRESSO que o segredo para a posição dominante que alcançou no negócio das transmissões televisivas reside no facto de «pagar mais e melhor que os outros». «O segredo talvez esteja em considerar os meus parceiros de negócios como pessoas inteligentes e de boa fé», acrescentou. Mas esta é apenas uma parte do segredo. A outra parte consiste em ter uma estratégia certa, alicerçada numa formidável rede de relações, amizades e cumplicidades que vai tecendo ao longo dos anos. Os clubes de futebol são a base do negócio. Por isso, quer eles, quer os seus dirigentes, são sempre muito bem tratados. Dar dinheiro a ganhar aos clubes que lhe vendem as concessões de publicidade e os direitos televisivos é um ponto de honra para Joaquim. Por isso, está sempre disponível para substituir-se aos bancos, financiando os clubes nas horas de aperto, em troca do dilatar do prazo de vigência dos contratos...

E além de lhes acudir quando estão com dificuldades de tesouraria, Joaquim também soube estabelecer parcerias e laços que duram para além dos mandatos dos dirigentes com que ele cultiva frutuosas amizades. A dimensão desta teia de cumplicidades salta à vista quando se olha para a carteira de participações da Olivedesportos, onde convivem 19,4% do Sporting, 11% do FC Porto, 23,3% do Boavista, 20% da Benfica Multimedia, e ainda posições no Belenenses, Braga e Alverca. A legislação portuguesa não impede esta acumulação desde que os direitos accionistas de voto sejam usados apenas numa sociedade - e ele faz questão de não exercer em nenhuma.

A verticalização é o fio condutor da estratégia urdida por Joaquim e que tem sido rigorosamente seguida nas duas últimas décadas. Começou com a concessão de publicidade estática. Evoluiu para a intermediação dos direitos de transmissão televisiva. Continuou para montante, tomando posição no capital dos clubes, e para jusante, passando a ter um pé na emissão, ao participar na fundação da SportTV. E como já se sabe, não ficou por aqui.


A RESPEITABILIDADE POR 12 MILHÕES DE CONTOS

Em 1999, a Olivedesportos pagou 95 mil contos à Federação Portuguesa de Futebol (FPF) pelos direitos relativos à final da Taça de Portugal. Depois revendeu à RTP os direitos de transmissão televisiva por 90 mil contos. À primeira vista perdeu dinheiro. Na realidade ganhou - e muito - , já que os 95 mil oferecidos à FPF incluíam a concessão da publicidade no Estádio Nacional. Publicidade e transmissão televisiva de jogos são negócios complementares. Todas as semanas, uma equipa da Olivedesportos visiona cuidadosamente todos os desafios televisionados anotando cada vez que um anúncio, disposto ao longo da linha lateral ou atrás da baliza, passa na TV. A factura segue depois pelo correio.

A beleza deste negócio vertical reside na sua complementaridade em cadeia, no facto de cada um dos seus segmentos potenciar os lucros do anterior e do seguinte. Dito por outras palavras, Joaquim é um intermediário completo. Numa ponta estão os clubes, a Liga e a FPF. Na outra, os anunciantes, os telespectadores e os canais de televisão. Ele une as pontas, preenchendo o espaço entre elas. Tem a concessão da publicidade nos estádios, cujo preço muito naturalmente aumenta em proporção à quantidade de gente que vê o anúncio. Adquire os direitos de transmissão televisiva, que fazem crescer os preços da publicidade. Ganha ao revender estes direitos aos canais de televisão. E ao fundar a SportTV subiu nesta cadeia de valor, passando a lucrar a dois carrinhos - como fornecedor e como accionista.

Na guerra de meados dos anos 90 contra Vale Azevedo e a SIC, Joaquim sentiu a necessidade de no negócio da televisão estar presente não apenas na venda de conteúdos mas também na sua emissão. Por isso, mal se recompôs logo tratou de cerzir alianças com a PT e o BES, que ainda este ano se revelaram úteis no concurso de venda da Lusomundo, onde derrotou adversários poderosos como a Cofina e os espanhóis da Prisa.

IRMÃOS TÃO DIFERENTES COMO A ÁGUA DO VINHO
O passo decisivo deu-o no ano 2000, quando pagou 12 milhões de contos por 2,5% da PT Multimedia (PTM). Foi a jóia de entrada num clube muito restrito e exclusivo. Joaquim, o rapaz de Penafiel que ajudava a mãe no restaurante da Pensão Roseirinha, conquistava em Lisboa os últimos galões da respeitabilidade. Ricardo Salgado era o seu banqueiro. A PT era sua sócia na SportTV. E ele tornara-se accionista relevante da PTM, de que era administrador não executivo. Não era caso para imitar Leonardo Di Caprio, quando ele se empoleirou na popa do Titanic e se pôs a gritar «I’m the king of the world» - mas andava lá por perto.

O contrato Olivedesportos, celebrado há 20 anos entre António, sócio-capitalista , e Joaquim, o sócio-trabalhador (que percebe do negócio), teve desenlace típico neste tipo de sociedades. Com o devir dos tempos e o evoluir favorável dos negócios, o sócio-trabalhador vai acumulando capital e preponderância, na exacta medida em que se fragiliza a posição do «sleeping partner» capitalista. O prazo de validade da empresa, detida em partes iguais entre os dois irmãos, tinha chegado ao fim. O divórcio consumou-se há alguns meses mas estava já a ser preparado em silêncio há dois anos. As coisas nunca acabam bem - senão não acabavam. Mas a separação de águas entre os irmãos Oliveira pautou-se por uma enorme discrição. Depois de feitas as avaliações, António abandonou a sociedade trazendo no bolso um cheque de 35 milhões de euros e 11% da SAD do FC Porto, o que o coloca num dos lugares da frente (senão mesmo na «pole position») na corrida pela sucessão de Pinto da Costa.

Já muito tempo durou esta aliança entre dois irmãos tão diferentes como a água do vinho.



O IMPÉRIO LUSOMUNDO

António é um bicho de buraco, pouco atreito a travar novos conhecimentos. Os seus amigos de agora são os mesmos de há 20 anos. Foi o mais genial jogador português da sua geração mas falhou quando emigrou para Espanha. Transferido para o Bétis, sempre que podia metia-se no carro e ia para o Porto, apesar de na altura não haver ainda auto-estrada. O facto de ser excessivamente poupado leva os amigos a gracejarem dizendo que nunca lhe viram a carteira. Introvertido, fecha-se na sua casa portuense, na Avenida Marechal Gomes da Costa, aproveitando os tempos livres a negociar no imobiliário, comprando e vendendo casas, em Portugal e no Brasil.

Joaquim é um ser eminentemente sociável, sempre disponível para fazer novos conhecimentos. Não é o Pacheco Pereira, mas mesmo assim tem uma conversa boa e variada - não é daqueles que parece um disco riscado e só fala de futebol. Tem muitos amigos, que capricha cultivar e tratar bem, telefonando-lhes com regularidade e presenteando pelo Natal com bons vinhos. Extrovertido, aos 30 e tal anos aculturou-se à vida de Lisboa com a mesma facilidade com que aos 20 e tal anos se adaptara à de Luanda. Da sua origem nortenha guarda apenas dois vestígios - o sotaque e uma casa em Vilamoura.

A compra da Lusomundo, por 300,4 milhões de euros, é mais um ponto de partida do que de chegada. Com um só lance, Joaquim consolidou laços com dois aliados poderosos (PT e BES) e aumentou exponencialmente a sua influência na vida política, económica e desportiva portuguesa. Tem por isso reunidas as condições para um novo salto qualitativo.

Primeiro vai digerir as aquisições. Ele é um cerebral. O seu estilo é o do jogador de xadrez que estuda detalhadamente as consequências possíveis de todas as jogadas antes de se decidir a mexer a sua peça. É esperto e intuitivo, mas também um trabalhador que lê os dossiês e ouve pacientemente os especialistas. Só avança quando tem a certeza de que vai no caminho certo.

Antes de se decidir pela substituição do sistema de rotação mecânica da publicidade por um novo, eléctrico, estudou com detalhe o novo sistema e só optou por ele quando encontrou a solução para um problema que o intrigava - por que é que durante um jogo se fundiam tantas lâmpadas...

A Lusomundo apresenta-lhe um problema novo. Até agora, lidou sempre com projectos que arrancavam de raiz. Agora comprou uma série de empresas com cultura e história próprias. O que é um enorme desafio para um homem que tem gerido os seus negócios muito apoiado num pequeno estado-maior familiar - Rolando, o filho licenciado em Gestão, é o seu braço-direito, enquanto que Gabino, o outro filho varão, licenciado em Novas Tecnologias, se tem encarregue da informática -, demasiado curto para a tarefa que tem pela frente. E o caso não se resolve adicionando ao elenco a filha, licenciada em Psicologia.

Mas, se for bem sucedido na digestão da Lusomundo, não vai resistir à tentação de acrescentar as duas jóias que faltam à sua coroa - um parceria estratégica e duradoura com o Benfica e uma posição importante num canal de televisão generalista. Sonhos que até nem serão muito difíceis de concretizar, tanto mais que ele sabe esperar. Mais tarde ou mais cedo o Benfica terá de abrir o capital. E ninguém abrirá a boca de espanto se Miguel Pais do Amaral resolver pôr à venda a sua posição na TVI. Ah, e no que toca a amizades, Joaquim Oliveira e José Eduardo Moniz dão-se tão bem como Deus com os anjos...

Fonte:
IN EXPRESSO

25 Março 2005

Comentário:  (O que o Expresso se esqueceu de contar, entre outras coisas, é que foi um dos defensores da Olivedesportos e um dos inimigos de Vale e Azevedo durante a sua guerra).

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O Porquê da Absolvição de Nuno Cardozo e o F.C.P?

O ex-presidente da Câmara do Porto, Nuno Cardoso, trabalha como colaborador no projecto de internet ‘Nova Geração’ do Ministério das Obras Públicas.

Recorde-se que recentemente Nuno Cardoso foi absolvido pelos tribunais e pelo MP do caso de favorecimento da venda de terrenos ao F.C.P.
O M.P ilibou também Nuno Cardoso e o F.C.P. quando meses antes tinha avançado para a acusação destas mesmas personagens.
Será por Nuno Cardoso trabalhar para o Governo e ser militante do PS, partido no poder um dos reais motivos para que mais um acto de corrupção e roubo ao estado tenha passado impune e a acusação dos mesmo neste processo ter sido considereada uma aberração quer por juiz e M.P?

Corrupção, Tribunais e MP acusam e ilibam Nuno Cardoso e F.C.Porto Part. IV

Nuno Cardoso, Arguido diz-se perseguido politicamente
e vitimiza-se

Nuno Cardoso desferiu, dia 20 de Janeiro de 2005, em conferência de Imprensa, graves acusações contra o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Rio, e o ministro da Justiça, Aguiar Branco, afirmando que estão a influenciar o andamento da investigação do caso da permuta de terrenos entre a autarquia e o FC Porto. Era para ser uma conferência de Imprensa, mas afinal traduziu-se na leitura de um comunicado de dois minutos, em directo para as televisões. No seu estilo truculento, o ex-autarca da Invicta apresentou-se como vítima de perseguição política, com o objectivo de prejudicar a sua candidatura à Câmara pelo PS.

“Para a transparência do processo Rui Rio será naturalmente constituído arguido, pois foi ele quem assinou todos os contratos que formalizei”, disse, acrescentando: “Se tal não acontecer, eu próprio o convocarei para testemunha”. O ex-autarca fez referências a um conjunto de coincidências que no seu entender provam a teoria de uma cabala contra si. “Todas as sondagens me dão como o candidato melhor colocado para derrotar Rui Rio nas autárquicas “, disse. E não poupou o ministro Aguiar Branco, “o número um do PSD no distrito do Porto e amigo pessoal e aliado político de Rui Rio”. “Já esperava esta acção mas para Junho, perto das eleições autárquicas”, garantiu Nuno Cardoso, justificando esta antecipação pelas sondagens negativas do PSD no distrito em vésperas de legislativas.
Sobre as acusações que sob ele recaem, Cardoso diz estar “tranquilo e à espera que a Justiça funcione”. Não falou sobre o processo “para não violar o segredo de Justiça”, e sublinhou que o “ Plano de Pormenor das Antas foi aprovado por unanimidade pela Câmara e Assembleia Municipal”.
Ontem à tarde, Nuno Cardoso foi ouvido no DIAP, onde decorrem mais dois processos, nos quais Rui Rio está incluído, decorrentes da troca de acusações com o actual presidente da Câmara.

APARTAMENTOS DE LUXO
Os antigos terrenos da família Ramalho deram lugar aos quatro lotes onde está a ser erguido o Empreendimento Parque da Cidade. Os apartamentos estão a ser vendidos entre os 314 mil euros (T2) e os 593 mil (T4+1). Foi Rui Rio quem acabou por conceder o licenciamento desta urbanização, em 2003, argumentando que não poderia inviabilizar a construção uma vez que os projectos tinham sido aprovados por Nuno Cardoso.
O imbróglio com os terrenos começou no dia da celebração da escritura: a família Ramalho negociou com a Câmara, o Executivo aprovou (Julho 1999), a assembleia municipal anuiu sem qualquer voto contrário (Setembro 1999). Tudo normal. Só que no dia da escritura, a 3 de Março de 2000 quem apareceu no negócio foi o FC Porto, assumindo a posse dos terrenos.
A Inspecção-Geral de Finanças diz que foi a própria autarquia a sugerir ao clube ‘azul e branco’ a aquisição. Nuno Cardoso é peremptório : “Eu não fui”, assegura. E garante que só no dia da escritura foi informado da alteração pelo próprio notário.

MINISTRO RESPONDE
O ministro da Justiça respondeu, em comunicado, às declarações de Nuno Cardoso. Aguiar Branco considera que o ex-presidente da Câmara do Porto revelou “ignorância das regras do funcionamento do sistema judicial”. “Nuno Cardoso revelou ainda falta de respeito pessoal pelas instituições judiciárias e pelo Ministério da Justiça. As questões de justiça devem ser discutidas nas instâncias próprias”, acrescenta o mesmo comunicado.
Entretanto, o secretário-geral do PSD, Miguel Relvas, referiu que não ia prestar declarações sobre a pronunciação de Isabel Damasceno como arguida, no âmbito do megaprocesso ‘Apito Dourado’.
Do lado do PS, o ‘CM’ tentou obter uma reacção, mas a Direcção Nacional do partido remeteu-se ao silêncio.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Corrupção na FPF e os beneficios ao F.C.P

In "FC Porto, a Mentira Desportiva"
As pressões exercidas para que Deco, jogador do FC Porto, não fosse punido no caso que ficou conhecido como o da ‘bota’ – um incidente ocorrido no final de Outubro de 2003, num jogo Boavista-FC Porto, arbitrado por Paulo Paraty – podem ser conhecidas através da leitura das escutas telefónicas no âmbito do processo ‘Apito Dourado’.
As transcrições estão anexas ao processo e sustentam uma das certidões que se mantém em investigação no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Porto. Pinto da Costa e Valentim Loureiro estão indiciados por tráfico de influências. Mas as conversas envolvem muitos outros intervenientes. Designadamente, Antero Henriques e Adelino Caldeira, dirigentes portistas, e também Gilberto Madaíl, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, e Pinto de Sousa, dirigente da arbitragem.

Inicialmente com três jogos de suspensão, o castigo foi diminuído para dois, por intervenção da Federação. Pinto da Costa tinha falado dias antes com Gilberto Madaíl, alertando-o de que Deco ameaçava não jogar pela Selecção e não representar Portugal no europeu.

Nas mesmas escutas anexas ao inquérito ‘Apito Dourado’, pode ainda ler-se uma conversa de Pinto da Costa com Pinto de Sousa onde o dirigente da arbitragem garante ao líder portista que já falara com o árbitro Paulo Paraty. O receio de ambos era que o relatório falasse de uma agressão, mas Pinto de Sousa deixa Pinto da Costa descansado: “Eu dá-me a ideia de que não vai utilizar a expressão agressão, de modo nenhum!”

Para as autoridades, este caso assumiu especial gravidade por se tratar de um dos principais jogadores. Deco era uma peça fundamental na equipa que meses depois se sagrou campeã europeia e foi também um dos atletas cuja transferência rendeu uma mais elevada maquia para os cofres do clube.

Estas escutas são anteriores ao caso Mourinho, que o CM noticiou na edição de ontem, mas fazem parte da mesma investigação. Na certidão enviada para o DIAP do Porto, Carlos Teixeira, magistrado de Gondomar, alertou ainda para a alegada promiscuidade com os magistrados que presidiam os órgãos disciplinares da Liga. Mais uma vez, o nome dos juízes foi referido nas escutas.

Fonte:
"FC Porto, a Mentira Desportiva"

O Caso "Calabote" Parte I

Mitos Verdades e Mentiras

O que realmente aconteceu no jogo com a CUF.

Nesse ano o Benfica não ganhou o campeonato. Logo o Calabote não é responsável por nenhum campeonato do Benfica.  Depois o Sr. Calabote  não deu mais de três a quatro minutos de descontos, plenamente justificados pelas constantes perdas de tempo dos jogadores adversários. Basta reler os jornais da época…

A  grande questão, que dá origem a todos os exageros que hoje se propalam, residiu no facto do jogo ter começado seis minutos mais tarde que as tradicionais 15 horas, então o horário de início de todos os jogos.

A equipa do enfica demorou a entrada em campo (conforme se pode confirmar nos registos da FPF) o mais que pode, de forma a poder vir a beneficiar do conhecimento do resultado em Torres Vedras, facto que levou a que o clube fosse então (justamente) multado.

Esses seis minutos juntos com os três a quatro minutos que o árbitro prolongou o jogo para compensar perdas de tempo, levou a que o jogo da Luz tivesse terminado apenas mais de dez minutos depois do de Torres Vedras, tempo durante o qual a equipa do FC Porto esperou em pleno campo, para depois festejar a conquista do título. E foi essa longa espera, superior a dez minutos, que deu origem à lenda-Calabote, que tão aproveitada (e distorcida) tem sido ao longo dos tempos.

 O Benfica não foi em nada beneficiado com essa arbitragem. E o árbitro até teria tido todas as possibilidades de «dar» o título ao Benfica, já que o nosso clube marcou o seu último golo aos 38 minutos da segunda parte e, quando o jogo de Torres Vedras terminou, o Benfica ainda teve cerca de dez minutos (seis regulamentares e mais três a quatro de “descontos”) para marcar aquele que lhe daria o título.

De referir que, também para Torreense e CUF este jogo era decisivo. Jogavam ambas a manutenção, e muito se falou na altura de prémios especiais e incentivos secretos (em ambas as equipas). No final, o Torreense desceu mesmo, e a CUF acabou por ter que disputar o então chamado Torneio de Competência, com os melhores classificados da II Divisão

Voltando ao jogo, ao intervalo, o Benfica já estava em vantagem: ganhava por 5-0 à CUF, enquanto o FC Porto vencia em Torres Vedras por 1-0. Entretanto, na Luz o resultado foi fixado em 7-1 quando havia sete minutos para jogar, mas em Torres Vedras, a dois minutos do fim, o FC Porto fazia 2-0 e, a vinte segundos do final, Teixeira marcou o terceiro e decisivo golo. O Benfica jogou ainda dez minutos, mas não conseguiu o golo que lhe faltava.

Casos houve muitos, mas nos dois jogos. Comecemos pelo encontro do Porto. Se no primeiro golo, marcado em superioridade numérica, porque um jogador do Torreense era assistido fora de campo por "lesão", não há "nada" a apontar, a verdade é que a arbitragem de Francisco Guiomar foi bastante contestada. Aos 20 minutos da segunda parte Manuel Carlos era expulso e deixava a equipa de Torres Vedras reduzida a 10 elementos. Aos 89 minutos, a seguir ao 2-0, novo jogador era expulso (por pontapear a bola para longe depois do golo), aparecendo em seguida o 3-0, quando jogavam 11 contra 9.


Vejamos o que então se escreveu sobre o tempo de desconto, não sem que, antes, se recorde que, na altura, a missão dos árbitros era bem mais difícil, pois não havia cartões amarelos, o guarda-redes podia passear com a bola na grande área, batendo-a no chão as vezes que entendesse e a demora nos lançamentos da linha lateral não era castigada com lançamento a favor da equipa adversária.


Alfredo Farinha, em “A Bola”, foi bem claro: «O recurso sistemático aos pontapés para fora do rectângulo, a demora ostensiva na marcação dos livres e lançamentos de bola lateral, as simulações de lesionamentos, o uso e abuso, enfim, de todos esses vulgarizados meios de “queimar tempo” (…) dificilmente encontram, no caso de ontem, outra justificação se não esta: a Cuf não jogou, exclusivamente, para si mas também para uma outra equipa (a do FC Porto) que estava à margem da luta travada na Luz.» Mais adiante, na apreciação ao trabalho do árbitro, acrescenta Alfredo Farinha: «No que se refere ao prolongamento de quatro minutos, cremos ter deixado, ao longo da crónica, justificação bastante para o critério do sr. Inocêncio Calabote.»


No “Mundo Desportivo”, Guilhermino Rodrigues não comungava da mesma opinião, mas até considerou menor o tempo de desconto e acabou por o justificar: «Exagerado o período de três minutos que concedeu além do tempo regulamentar para contrabalançar os momentos gastos em propositada demora pelos cufistas.»


No “Record”, em crónica não assinada (um antigo hábito do jornal), uma outra opinião: «Deu quatro minutos (…) pela demora propositada dos jogadores da Cuf – alguns deles foram advertidos – na reposição da bola em jogo. Não compreendemos porque não usou do mesmo critério no final do primeiro tempo, dado que aquelas demoras se começaram a registar desde início.» Esclarecedor… Dois “penalties” indiscutíveis Um só duvidoso.

 Os jornais foram unânimes em considerar indiscutíveis o primeiro e o terceiro e apenas o segundo deixou dúvidas.

A Bola”: «Quanto aos “penalties”, não temos dúvida de que o primeiro e o terceiro existiram de facto; dúvidas temos, porém, quanto ao segundo, pois Cavém, ao que se nos afigurou, não foi derrubado por um adversário, antes foi ele próprio que se descontrolou e desequilibrou.»

Record”: «Regular comportamento no julgamento das faltas. Só não concordamos com a segunda grande penalidade. A falta existiu, na verdade, mas só por ter sido executada fora de tempo merecia livre indirecto.»

Mundo Desportivo” (a propósito do segundo penalty): «Cavém obstruído quando perseguia a bola dentro da área. A falta só exigia livre indirecto.”

Concluimos assim que o caso Calabote não passa de uma lenda. O FCP foi campeão nesse ano, o tempo de desconto justifica-se, e a existir beneficio foi num penalty onde a duvida é a de ser dentro ou fora da área porque falta existiu. Se hoje em dia os arbitros enganam-se nestes lances, o que se dirá há 50 anos.

Corrupção, Tribunais e MP acusam e ilibam Nuno Cardoso e F.C.Porto Part. III

Porto, 03 de Março de 2010- O Tribunal de Instrução Criminal do Porto enviou às Varas Criminais, para julgamento, o processo do Plano de Pormenor das Antas (PPA) que envolve o antigo presidente da Câmara, Nuno Cardoso, e três administradores da SAD do FC Porto.

A decisão instrutória, consultada hoje pela agência Lusa, pronuncia o ex-autarca socialista, os dirigentes da SAD portista Angelino Ferreira, Adelino Caldeira e Eduardo Tentúgal, bem como os técnicos avaliadores da Câmara do Porto José Almeida Lopes e Liberto Reis Pinto por lesarem o erário público em 2,5 milhões de euros.

Em causa está o crime de participação económica em negócio que, no caso de Nuno Cardoso, é mais penalizado por se tratar de pessoa que, à data dos factos, detinha um cargo público.

O ex-presidente da autarquia incorre assim numa pena de prisão até cinco anos e multa de 50 a 100 dias.

O único arguido que o Tribunal de Instrução decidiu não levar a julgamento é José Rafael Dias, que a juíza Lígia Trovão considerou "alheio aos factos descritos na acusação pública" por não ter integrado, como se acreditava, a equipa de técnicos avaliadores da autarquia envolvida neste caso.

Em causa está, neste processo, uma permuta imobiliária que em 1999 envolveu o FC Porto - enquanto comprador da posição negocial da família Ramalho num terreno das Antas - e a Câmara Municipal, na sua qualidade de dona de algumas parcelas no Parque da Cidade.

Para os dois terrenos foi fixado o mesmo valor (quatro milhões de euros), mas o Ministério Público concordou com os peritos da Inspecção-Geral de Finanças (IGF), para quem as parcelas das Antas deveriam ser avaliadas pelo que eram na altura (zona desportiva) e não pelo que viriam a ser (área de construção).

A nuance seria suficiente para fazer descer o valor dos terrenos, integrados na área no PPA, de quatro milhões de euros para 1,5 milhões.

Na sua decisão instrutória, comunicada às partes em 25 de fevereiro, a juíza de instrução Lígia Trovão refere que o negócio que desencadeou este processo "prejudicou a Câmara Municipal do Porto (...) em exclusivo benefício do FC Porto".

A juíza sublinha ainda a circunstância de o antigo presidente da Câmara "ter participado", por alturas dos factos, nos "interesses" do clube beneficiário do alegado ilícito, "tanto mais que, pelo menos desde 03 de novembro de 2000 passou a integrar os órgãos sociais do Futebol Clube do Porto - Futebol, SAD, fazendo parte do Conselho Consultivo".

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

2 times 1 sentimento E Pluribus Unum...



Meu nome é Emerson, e irei contar a historia de como conheci o S.L. Benfica e de como passei a gostar do Benfica e hoje o sentimento é quase igual o que eu tenho pelo São Paulo Futebol Clube. No FIFA 99, para Nintendo 64 não tinha o São Paulo na liga brasileira, dessa forma, eu escolhia o Benfica para jogar e passava as tardes e noites jogando. Em 2004 conheci uma portuguesa da cidade de Lisboa, que vivia falando sobre o Sport Lisboa e Benfica, da grandeza do clube, da paixão dos adeptos pelo time, da estrutura, dos títulos ou falta deles, mas mesmo assim, fui gostando do time e resolvi pesquisar a história na internet e na temporada 2005/06 uma emissora de televisão passava a rodada completa da Liga dos Campões da Europa e eu vi o Benfica vencendo o time de Old Trafford na Luz por 2x1 e se classificando para a próxima fase e vi o Benfica com raça e vontade eliminando o atual campeão no segundo jogo por 2x0. Por conta disso o sentimento já estava aumentando.Mas infelizmente o clube português não conseguiu passar pelo Barcelona, mesmo jogando bem e tendo parado o Ronaldinho Gaúcho, que na época jogava o fino da bola.
E no fim daquele ano comprei uma camisa do Benfica e hoje tento assistir o máximo de jogos possíveis do time encarnado.
E por causa do SLB conheci algumas pessoas de Portugal que são gente fina.
E assistam a esse video, que é sensacional, fala sobre a mistica do Benfica.
http://www.youtube.com/watch?v=phcVJxgfDQ4

Polêmica, pontos importantes perdido, 2 goleadas e 1 pênalti.

A rodada do fim de semana do brasileirão, no sabado, ficou marcada pela polêmica, com defesas importantes ao longo da partida, pelos goleiros de ambos times, aos 42 minutos do segundo tempo, um pênalti no mínimo duvidoso, mudou a história de um jogo de seis pontos que nessa altura do campeonato é decisivo, faltando apenas 3 rodadas para o fim do campeonato.

Pela briga para quem permanece na elite do futebol brasileiro, Atlético-MG recebe o Flamengo e ganha por 4x1 e agora o galo mineiro está a um ponto do Flamengo e dois acima do primeiro time a aparecer na zona de rebaixamento. Com gols de Obina e Renan Oliveira no primeiro tempo, Diego Tardelli no segundo tempo, Marquinhos ainda chegou a diminuir o placar aos 29 minutos, mas de nada adiantou pois Renan Oliveira fechou a conta aos 35 minutos e terminou assim, no reencontro do Luxemburgo com o time de Minas, após 2 meses.

Grêmio empata na Vila Belmiro, mas ainda sonha com a Libertadores do ano que vem, Jonas expulso ainda no primeiro tempo, Santos pressionou e não conseguiu tirar o resultado do 0, Victor defendeu um pênalti de Zé Eduardo e o jogo termina assim após o Grêmio conseguir segurar a pressão e agora está a dois pontos da zona do G4.

E no jogo polêmico da rodada, Corinthians vence o Cruzeiro e assume a liderança. Com jogo aberto para os dois lados, chances de gol do Cruzeiro e anulando os principais jogadores do time paulista, o Cruzeiro conseguiu suportar jogar no Pacaembu, aos 26 do segundo tempo, o juiz não deu um pênalti ao Thiago Ribeiro que na primeira parte tinha se jogado em um lance que ele recebeu a bola e foi tentar fintar o goleiro e se jogou, e aos 42 minutos alçam a bola a área, o jogador da raposa, divide com o Ronaldo e o juiz da um pênalti muito discutível e Ronaldo cobra e marca o gol da vitoria. No reinicio da partida, Fabrício chuta a bola para cima e sai do campo. E fim de jogo Corinthians leva os três pontos decisivos.

Goiás complica a vida do Fluminense e o jogo termina 1x1. Goiás que luta para não cair, fecha o time, e abre o placar aos 19 minutos do primeiro tempo com o Rafael Moura. E o jogo continua igual começou Conca sendo marcado e o Deco ainda não encontrou o ritmo de jogo, Fred e Tartá nada puderam fazer. No segundo tempo, o Fluminense volta pressionando mais e mandando no jogo, o que não aconteceu no primeiro tempo e de pênalti Conca empata a partida, e mesmo atacando mais, não conseguiu chegar ao gol da virada. Agora o Fluminense está a um ponto do líder.

Avaí marca o gol mais rápido do brasileirão com 15 segundos de jogo. E vence o time do Inter-Rs por 3x2, o Internacional já pensando no mundial mês que vem e sem risco de cair para a segunda divisão, demorou para acordar e aos 38 minutos ainda do primeiro tempo o Avaí aproveitando dos erros bobos do time do colorado amplia o placar para 2x0, no segundo tempo o Inter-Rs resolveu entrar em campo de verdade e conseguiu chegar a igualdade em 14 minutos, mas aos 18 minutos Emerson Nunes cruza da direita e Robinho marca de cabeça fechando o placar do jogo 3x2. E o Avaí ainda continua na zona de rebaixamento dois pontos a menos que o décimo sexto.

Depois de sete jogos sem marcar, o Bugre conseguiu marcar um gol, mas de nada adianta está em 18°e pela tabela, só irá enfrentar time pedreira até o fim do campeonato, Santos, Grêmio e Fluminense. O Vitória também se complica na tabela e não consegue abrir uma distancia maior para a zona da degola, após o empate em 1x1. E se o Vitória permanecer na primeira divisão, na próxima temporada, iremos ter um Bavi (Bahia x Vitória) pelo campeonato brasileiro depois de longos 8 anos.

E mais uma vez o Dragão vence o Palmeiras por 3x0, o Palmeiras que entrou em campo com o time reserva, para poupar os titulares para o duelo da Sul Americana contra o Goiás, enfrentou um adversário motivado a permanecer na primeira divisão do ano que vem e com gols de Robston que marcou duas vezes e Gilson. Com a vitória os goianos ficam em décimo terceiro três pontos a frente do Avaí.

São Paulo ainda sonha com a Libertadores, mas vê distante após o empate em 1x1 em São Januario. Eder Luiz marcou para o time carioca aos 15 minutos do primeiro tempo e o Lucas Gaucho no minuto 25 empata o jogo.

Atlético-Pr fecha o caixão do Grêmio Prudente após a vitória por 2x1. E o furacão chega a zona da libertadores. Paulo Baier marcou os gols da vitória e o gol do time prudentino saiu de William José.

A classificação do g4 está assim:

Corinthians com 63 pontos, Fluminense com 62, Cruzeiro com 60 e Atlético-Pr com 56. O brasileiro acaba dia 5 de dezembro, mas o time que ficar em quarto colocado, terá que esperar até o dia 8 de dezembro que é a data da final da copa Sul Americana para ver se está na Libertadores 2011 ou não. Um time brasileiro fará a final do torneio continental.

E na zona da degola a classificação está assim:

Avaí com 37 pontos, Guarani 37, Goías quase rebaixado com 32 pontos e Grêmio Prudente com 27 pontos.

E na série B (segunda divisão) do brasileiro, faltando Duas rodadas, já tem time de volta a elite nacional. Coritiba, Bahia e Figueirense.