quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Ditadura e as ligações do F.C. Porto a Salazar



Benfica o clube de Salazar segundo reza a nova história.
No início dos anos 80 com a tomada de poder no F.C.Porto por parte de Pinto da Costa nasceu uma nova mentira, uma mentira que tem vindo a ser repetida ao longo dos anos e que visa desinformar os mais desinformados e principalmente as gerações mais recentes.
Diga-se em abono da verdade que a ideia está bem urdida, mas infelizmente a história dos anos negros da ditadura já foi escrita e por muito que tentem Angelo Machado Presidente do F.C.P à direita com Salazar e a
saudação fascista
não a conseguem mudar ainda que a tentem manipular.


Depois de um post sobre Salazar o Fascismo, 
Porto e Benfica, Mentiras dos nossos dias 
e de um outro posto sobre A Ditadura de Salazar, Os Primeiros Casos de Corrupção
o post de hoje é mais uma vez sobre as ligações do F.C.Porto à ditadura e mais concretamente Salazar.

Falamos Angelo Cesar Machado, presidente do F.C. Porto entre 1938 e 194.

Angelo Cesar Machado nasceu em 1900 em Andrade, Viseu, formou-se em direito na Universidade de Coimbra.
Angelo Machado amigo pessoal de Salazar e membro do Centro Católico, ajudou a fundar a Milicia Lusitana e depois se juntou à "Liga Nacional 28 de Maio" que posteriormente derrubou a I Republica Portuguesa e instituiu a Ditadura no nosso País.

Angelo Cesar foi também Deputado na assembleia da Republica no consulado de Salazar, sendo inclusivé um dos seus braços direitos e um dos grandes responsaveis para que Salazar subisse à Presidencia do Conselho poder com os artigos que intelectuais que escrevia no jornal "Diário da Manha"

Durante os seus anos como Presidente do F.C. Porto conquistou 2 campeonatos 38/39 e 39/40
campeonatos esses que estão ligados a enormes suspeitas de corrupção.

Campeonato de 38/39 no campo da constituição disputava-se o ultimo minuto de jogo 3-3 era o resultado desse Porto-Benfica, o Porto apenas necessitava do empate para ser campeão, mas no ultimo minuto de jogo o Benfica marca e sagrar-se-ia campeão golo esse que foi imediatamente anulado pelo árbitro da partida por pretensa falta, (fotos mais tarde da Revista Stadium comprovaram que não existiu qualquer falta) como o golo anulado e a partida terminada o Porto sagrou-se campeão.

Campeonato de 39/40 Áquela epoca o campeonato dividia-se em 2 fazes primeiro disputava-se os Regionais e seguidamente o nacional, apenas os 2 primeiros classificados de cada regional teriam acesso ao campeonato nacional, e os 3 e 4 cairiam para a 2ª divisão nacional.
A verdade é que com a influência de poder de Angelo Machado junto da ditadura e de Salazar o Porto consegue o alargamento do campeonato nacional evitando assim a sua descida de divisão e posteriormente conquistou o campeonato nacional.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

FC Porto e Pinto da Costa, o Traficante de Droga

O “Aveiro Connection” – processo conhecido como “Águas Turvas” – foi uma investigação levada a cabo pela Polícia Judiciária no final dos  anos 80 inicio dos anos 90, que envolviam P. Costa, R. Teles, L. D'Onofrio e Autoridades Civis.
As investigações remontam aos anos 80, período em que o FCPorto começa a surgir na senda Nacional como uma dos clube mais fortes do futebol português, e em contra-partida assistia-se à subversão de posições de um Sporting completamente arredado de conquistas.
Na senda de ascensão ao poder por parte de Pindo da Costa era necessário montar uma verdadeira máquina de fazer dinheiro, face a sobrepor as constantes movimentações de saídas de dinheiro, com que naquele tempo se começava a montar o sistema ou os tentáculos do polvo. O plano era ardiloso e com os contactos certos, seria então posta a funcionar uma verdadeira máquina de fazer dinheiro. É então que entra em cena D'Onofrio, conhecido Jogador de futebol e que se tornara então empresário de jogadores. D'Onofrio era conhecido no meio pelas suas actividades paralelas e de lavagens de dinheiro que recebia através do negócio da droga, aliás o motivo que o levou a fugir da Bélgica nos anos 80 foram exactamente os negócios com droga e que  obrigaram as entidades policiais daquele país a emitir um mandato de captura por tráfico de droga, tabaco e álcool.

O inicio de actividades começou de um modo lento de forma a que as suspeitas levantadas fossem mínimas, pois não é da noite para o dia que se conseguem corromper as autoridades, e aos poucos e poucos as actividades paralelas de tráfico foram crescendo e a lista de nomes com autoridades corruptas foi aumentando aos poucos, à medida que as listas de nomes aumentava era necessário reforçar a máquina de fazer dinheiro e desta forma dava-se progressivamente o aumento do tráfico de drogas e assim o dinheiro que entrava aumentava.

Da lista de nomes associada às autoridades civis corrompidas contavam nomes de elementos das forças da GNR, Serviços Alfandegários e SEF. A forma como a droga, tabaco e álcool, chegavam às nossas fronteiras a isso obrigava, já que os carregamentos entravam no nosso País através do Mar, Ar e Terra, fossem em contentores marítimos, carregamentos em camiões ou através de correio humano, era necessário garantir que desta forma tudo passasse despercebido, no aeroporto Sá Carneiro os correios humanos de droga passavam despercebidos aos olhos das autoridades, pois sabiam de antemão em que dia chegavam e os nomes dos correios humanos. O porto de Aveiro era a porta marítima para a entrada de droga no país.

No teatro de operações surgem duas empresas em nome de Pinto da Costa, que de empresas sérias pouco tinham e apenas serviam para camuflar todo o teatro de operações e desta forma proceder-se à lavagem de dinheiro resultante do tráfico de drogas, álcool e tabaco.
Primeiro a Pincosoli, empresa de produtos quimicos sediada em Vila Nova de Gaia, que acabaria por falir e posteriormente a IGE, empresa de importação e exportação de electrodomésticos, à época em total falência, adquirida por Pinto da Costa a  troco de mais de 45 mil contos, em Euros dá cerca de 205 mil Euros, uma empresa afundada em dividas que à epoca valia menos de 15 mil contos (75 mil euros).
Com esta primeira movimentação imobiliária e empresarial lavou-se parte do dinheiro e o exercício e actividade da empresa levariam à lavagem do restante dinheiro, recorde-se que à data o FCPorto era um dos principais clientes da Pincosoli, o que levava a uma forma perfeita de lavagem de dinheiro.

Naturalmente com o passar do tempo evoluiu o tráfico, assim como as forças de segurança também evoluíram e a PJ entra no terreno pela mão de Teófilo Santiago, que anos mais tarde viria a comandar a equipa de investigação do Apito Dourado. As suspeitas recaíram essencialmente sobre o Porto de Aveiro, onde eram desembarcados os contentores supostamente destinados à IGE com sede em Aveiro, num local recôndito da cidade e com instalações em total precaridade e em risco de desmoronamento. Foi desta forma que a PJ começou a investigar as actividades suspeitas, desde contentores que nunca apareceram nas contas do Porto de Aveiro ou dos serviços Alfandegários e posteriormente apareciam nas contas a IGE.

Um dos momentos críticos da operação levada a cabo pela PJ deu-se aquando de uma viagem da equipa do FC Porto a Aveiro, em disputa estava um jogo entre Beira-Mar e FC Porto, do resultado desse jogo não reza a história, mas na viagem de regresso até ao Porto e já nas portagens dos Carvalhos dá-se uma autêntica caça ao autocarro, e numa operação conjunta da brigada da GNR e PJ é feita uma operação Stop ao autocarro com a comitiva do FC Porto. O desenlace final da operação contactou-se o que de facto a PJ já sabia, nos sacos de desporto e outros materiais ia um carregamento de droga, que posteriormente iria ser colocado em circulação, mas os culpados do costume jamais viriam a pagar pelos seus actos e meses mais tarde seria preso Mariano jogador do FCPorto, que a troco de quantia incerta se daria como culpado.

A verdade é que depois desta operação todo o esquema montado foi imediatamente desmantelado, as ligações de D'Onofrio às máfias eram por demais evidentes, num dos episódios foi mesmo necessária a presença de Reinaldo Teles no porto de Aveiro em que a troco de uma mala cheia de notas consegue desbloquear um carregamento de cocaína que entrou directamente na mala do seu Mercedes sem que as autoridades alfandegárias o parassem.

A investigação dos verdadeiros responsáveis acabou por ir parar nas gavetas das PJ, por necessidade dos governantes deste país e face ao sucesso desportivo do FCPorto, Teófilo Santiago, investigador da PJ, foi afastado do processo e da investigação e aqueles que se sentaram nos bancos dos réus nada mais foram do que autênticas marionetas pagas a peso de ouro para assumir as culpas dos cabecilhas do grupo.

Não se pense que a rede de narcotráfico foi totalmente desmantelada, pois em 1986 nascem os Super Dragões, considerada a guarda pretoriana de P. Costa, já naquele tempo eram parte activa em toda a rede de tráfico, e com o fim da investigação da PJ e com a necessidade de P. Costa, R. Teles e Onofrio se afastarem das suas posições face à sua actividade como dirigentes da máquina Portista, os SD viriam e são hoje quem lidera toda a máquina de fazer dinheiro montada nos anos 80.
(D´Onofrio é actualmente dirigente do clube belga Standard Liege).

PC EMPRESÁRIO

Foi gerente de uma empresa chamada Pincor do ramo das tintas, que terminou os seus desgraçados dias com avultadas dividas à banca. Aliás como todas as empresas onde se meteu. Algumas de electrodomésticos. Todas faliram. Devido às muitas falcatruas que fez, incluindo passar cheques sem cobertura, foi condenado e proibido de passar cheques e de constituir empresas.
 Para deixar a empresa onde trabalhava, Pinto da Costa ainda teve que pagar sete mil contos e ficou sem carro por uns tempos. O milhão e tal de contos das transferências de Futre e Rui Barros tinha desaparecido sem deixar rastos e tinha deixado de...rastos PC, a contas com a justiça, por cheques sem cobertura e penhoras a bens pessoais.
 Foi um momento difícil, mas que não abateu o presidente, levando-o antes a pensar que o seu negócio era o futebol. Esteve sem ir a Aveiro durante 5 anos por causa de alguns processos por falências fraudulentas. Os seus sócios dessas empresas tiveram que fugir para o Brasil. Mas a ele alguém lhe pagou as dívidas,alguns poderosos do Norte,como Belmiro de Azevedo, Artur Santos Silva, Amorim, etc..
No princípio chegou a investir muito do dinheiro que tirava do FCPorto, nas empresas de familiares seus mas faliram todas. Depois passou a ficar com tudo. Criou a Cosmos, agência de viagens que lucrou imenso com as viagens dos clubes, obteve exclusivos com a Federação que obrigavam os clubes a viajar nessa agência.Esteve metido no negócio da droga,com Luciano D'Onofrio (Aveiro Connection).
Com a Olivedesportos fez muito dinheiro, como com todos os negócios do FC Porto, vendas e compras de jogadores, corrupção de árbitros, etc. Assim enriqueceu e tem hoje uma considerável fortuna.

BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS

São várias cartas rogatórias e foram enviadas para diversos locais da Europa. Há suspeitas de que elevadas quantias provenientes de luvas pelas transferências de jogadores tenham sido transferidas para paraísos fiscais, voltando Pinto da Costa, presidente do FC Porto, a estar no centro da investigação.Anos depois de o inquérito ter sido iniciado,por branqueamento de capitais e fraude fiscal, na sequência da extracção de uma certidão do ‘Apito Dourado’, a PJ tenta agora dar-lhe um novo fôlego. Já foram detectados vários casos de fuga ao pagamento de impostos – usando a Imobiliária de Cedofeita – e a informação aguardada dos bancos é determinante para a conclusão da investigação de branqueamento.
Num rescaldo da festa portista  após mais um título, Filomena Pinto da Costa, numa crónica escrita no CM, alertava para a existência dessas mesmas luvas. E garantia conhecer os beneficiários das transferências, dizendo mesmo tratar-se sempre dos mesmos elementos.
A PJ não descarta a hipótese de inquirir a ex-companheira do presidente dos portistas, podendo esta fornecer elementos mais concretos sobre a forma e o destino que era dado ao dinheiro. Recorde-se, aliás, que este inquérito começou também após a denúncia por outra ex-mulher de Pinto da Costa – Carolina Salgado –, que disse haver contas bancárias na Suíça.
Segundo o CM apurou, a investigação está neste momento num ponto crucial. A contabilidade da Imobiliária de Cedofeita – na qual Pinto da Costa é sócio maioritário – já foi toda passada a pente fino. Os peritos financeiros ultimam também os relatórios que indiciam a prática de crimes fiscais.
Falta apenas determinar a titularidade de algumas das contas situadas em diversos paraísos fiscais, sobretudo em Inglaterra e na Suíça, por onde o dinheiro circulou. E descobrir também qual era efectivamente a origem dessas quantias para se poder determinar se provinham da transferência de atletas.

"OS ABUTRES QUE SE ESTÃO A APROVEITAR"

"Tenho pena que os abutres que se têm vindo a aproveitar do meu clube, ao longo destes anos todos, irão continuar a encher os bolsos, com a venda dos passes do jogadores, que agora valem muito mais." O desabafo é de Filomena Pinto da Costa, ainda mulher do líder dos dragões mas já em processo de divórcio, que escreveu numa crónica do CM, ser essa apenas a sua única tristeza ao comemorar mais um título dos azuis-e-brancos. "A todos conheço, um por um, há quase trinta anos! Como chegaram, como enriqueceram, e acreditem não é com trabalho árduo, infelizmente", continua Filomena Pinto da Costa, que poderá ser chamada à PJ para consubstanciar as acusações.
As Manobras de Pinto da Costa

Pinto da Costa tinha a consciência de que era ele quem mandava no futebol. Aos poucos, apoderou-se dos centros de decisão mais importantes, oferecendo lugares a pessoas da sua inteira confiança cuja personalidade era marcada pela ausência de escrúpulos, dignidade e vergonha, transformando-as em autênticas marionetas.
A Olivedesportos e a agência de viagens (Cosmos) sobrefacturavam tudo o que estava ligado ao futebol, e ninguém se queixava.
Os contratos federativos eram assinados sem que a concorrência fosse levada em linha de conta, e como Pinto da Costa falira todas as suas empresas, queimando milhares de contos ganhos à custa do seu clube, tinha de apostar forte nesta sua nova estrutura financeira.
Mas os inimigos que fora deixando atrás de si, principalmente aqueles que discordavam da forma pouco honesta como ele geria esta situação, procuravam todas as provas com o sentido de o desmascarar.
Devido às imensas vigarices que fez, Pinto da Costa estava impedido de passar cheques e constituir qualquer empresa, mas rodeou-se de gente da sua inteira confiança para lhe dar cobertura para os seus negócios e não deixar rastos para qualquer acusação.
Já tinha organizado o seu braço armado, cuja chefia do sector entregou ao irmão de Reinaldo Teles. O medo silenciava os que tinham vontade de falar. Constituiu depois o braço jurídico, rodeando-se de advogados de poucos escrúpulos, mas peritos em matéria de crime, que lhe davam todos os conselhos necessários à gestão da situação, bem como as fórmulas para camuflar todas as provas capazes de pôr a nu os processos marginais utilizados para a soma dos dividendos. A cobertura política fechava o círculo.

Pinto da Costa e os Relógios de Ouro

Franck Muller, o mais famoso relojoeiro do mundo, desenhou uma edição especial limitada de 50 exemplares com o nome «F.C. Porto/Jorge Nuno Pinto da Costa», uma edição limitada baseada no último modelo da conhecida companhia Suiça de alta relojoaria, o «Conquistador».
O interesse pela criação desta edição limitada justifica-se pela louca paixão que Franck Muller tem pelo futebol e pelo facto dos azuis e brancos terem andado nas bocas do mundo na última época. A ideia terá nascido já o ano passado, depois dos "Bimbos" conquistarem a Taça UEFA.
O facto chamou a atenção de Franck Muller, a partir daí tornou-se simples chegar a um entendimento que permitisse concretizar o desejo.
O relógio é um modelo desportivo, em tons brancos e com os ponteiros e algarismos em azul. A caixa é esculpida em aço e exibe a gravação do nome «F.C. Porto», da assinatura de Pinto da Costa no verso e do número da edição no verso. Falta apenas dizer que cada exemplar custou a módica quantia de 18.950 euros."

PS: Isto sim é um relógio, 18.950 euros, muito melhor do que o que ele deu ao Valentim. Os 50 relógios já dão para comprar o titulo de campeão das próximas épocas, se correr bem para o "Pintinho", se correr mal e ele for parar a Custóias, eu já sei a quem e porquê ele vai ter de subornar com estes relógios.
Ora 50 Relógios de ouro a 19000 euros/cada dá uma conta redonda de 950.000 Euros. Já se vai sabendo para onde vai o dinheiro…. Ainda não se sabe é a quem foram, ou a quem irão ser, oferecidos…

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Sorteio Champions League 2012/2013

O que têm a dizer do sorteio?

F.C Barcelona
Sport Lisboa e Benfica
Spartak Moscovo
Celtic


terça-feira, 17 de julho de 2012

Tarde de domingo frio esquenta com clássicos, defesa de penalti e gols.

Dênis salva o SPFC ao defender pênalti

Com dois gols de Danilo, Corinthians vence o Nautico no Pacaembu por 2x1 e deixa a zona de rebaixamento.

Em jogo eletrizante no Orlando Scarpelli, com duas viradas, ao longo do jogo, Atlético-Mg bate o Figueirense por 4x3, gols de Ronaldinho Gaucho, aos 37 minutos Anderson Conceição empata para o time da casa, aos 45 minutos do primeiro tempo o Figueirense vira e aos 14 mins do segundo tempo (59 mins), Ronny amplia o marcador, mas para quem esperava que o Atlético-Mg tava acabado, se enganou, após o gol, o treinador do Figuereinse realizou substituições erradas e aos 19 minutos, Leonardo Silva diminui, 6 minutos depois, Bernard empata o jogo e aos 30 depois de dois meses longe do revaldo, Guilherme vira para o Galo mineiro. E assim o Figueirense sofre a primeira derrota em casa.

Em noite de Hattrick, Ponte Preta vence o vice campeão da copa do Brasil. Roger marcou 3x na vitória de 4x1 sobre o Coritiba.
No clássico carioca, disputado no domingo a tarde, no Engenhão, Botafogo empata com o Fluminense em 1x1, e o Flu vê o Atlético-Mg abrir 3 pontos de diferença.

No Beira-Rio em reforma, Internacional e Santos com vários desfalques para a seleção olímpica do Brasil, não conseguem um resultado melhor que o 0x0.

Será que o Cruzeiro vai repetir a campanha do ano passado? A pergunta fica após a derrota por 3x1 em casa, para o Grêmio.

Após pênalti inexistente, Flamengo bate o Bahia por 2x1.

Vitória em campeonato em pontos corridos dentro de casa é importante, Vasco sabendo disso, vence o Atlético-Go e consegue chegar próximo aos lideres.

No Choque-Rei aos 45 minutos do segundo tempo, Palmeiras consegue empatar com o São Paulo e evita o carimbo na faixa de campeão da Copa do Brasil, Palmeiras já está com a vaga garantida na Libertadores de 2013.

Sport jogando em casa vence a Portuguesa por 2x1. 

E o G4 após 9 rodadas está assim:
Atlético-Mg 22
Vasco         20
Fluminense 19
Botafogo    16


quarta-feira, 11 de julho de 2012

Pinto da Costa, Corrupção e Amigos - PARTE I



PC E AMIGOS - PARTE I

O clube de Pinto da Costa tinha atingido o auge tanto em termos nacionais como europeus. 
Era o apogeu, o delírio e o júbilo de um povo que nunca se tinha visto em tamanha aventura. PC fez esquecer o seu velho e grande amigo Pedroto, evitando qualquer comentário que pudesse recordar o velho mestre. A glória tinha de ser só sua e de mais ninguém. A cidade caiu-lhe aos pés, e foi a partir dessa altura que PC tomou consciência do poder que tinha e que Reinaldo Teles começou a alimentar a sua grande esperança de um dia vir a ser alguém no seu clube.


Reinaldo tinha Pinto da Costa quase na mão, através dos assíduos encontros deste último com as suas miúdas. As amantes sucediam-se e até entravam em lista de espera.


PC sentia-se um Don Juan e conhecia uma vida totalmente diferente daquela a que sempre estivera habituado.
O poder alimentou ainda mais a sua ambição e começaram aí as traições aos seus melhores amigos.
Umas como pura defesa pessoal, outras para abrir caminho para os que iam chegando e prometiam uma maior subserviência, o que lhe dava a garantia de poder governar sozinho e principalmente sem ter de dar muitas explicações.
Os títulos traziam muito dinheiro para os cofres do clube Pinto da Costa já tinha esquecido os momentos em que era apenas um vendedor de fogões, muito embora continuasse ligado à mesma firma, onde mantinha uma posição superior. Os milhares com que tinha de lidar começaram a toldar-lhe a mente e a aumentar a sua ambição.
O seu clube era um grande chamariz para os grandes negócios e não faltaram oportunistas para tirar partido disso. Foi nessa altura que surgiu um empresário italiano muito ligado à venda de jogadores, mas com negócios ilícitos à mistura. Luciano D´Onofrio já tinha jogado futebol em Portugal, e acabou por criar raízes no nosso país,
mais propriamente a sul, aproveitando uma grande parte do seu tempo para entrar nas redes ligadas ao tráfico de droga... e era mesmo vital aquele ponto geográfico para o negócio!


Luciano D´Onofrio, um indivíduo baixo, magro e com cara de rato, de nariz afilado mais parecendo um bico, apareceu pela mão de Reinaldo Teles e recebeu a bênção de PC.


D´Onofrio era um empresário sem escrúpulos e com alguns mandatos de captura em diversos países europeus, precisamente por tráfico de droga, mas foi acolhido como uma pessoa de grande interesse para o clube. Pinto da Costa foi quem mais lucrou com a sua vinda. Os jogadores do seu clube inflacionaram-se no mercado europeu, e D´Onofrio viu ali um grande negócio para si e para PC. Em todos os jogadores que fossem negociados para o clube ou que saíssem dele, o presidente teria sempre a sua percentagem, desde que mais ninguém interferisse no negócio. 
Após receber as primeiras comissões Pinto da Costa via-se rodeado por dois elementos ligados ao mundo do crime. 
Não era segredo para ninguém que Luciano D´Onofrio tinha ligações com a Mafia italiana e que Reinaldo mais alguns familiares viveram sempre de habilidades e negócios marginais, negócios centralizados na prostituição e na receptação de objectos roubados. «Pena é que estes ramos não estejam inscritos nos fundos comunitários», costumava dizer Reinaldo, que um dia ficou deliciado quando em Amesterdão viu umas garinas expostas em montras. Por um só momento, Reinaldo viu a rua de Santa Catarina transformada um gigantesco bordel, imaginando situações do tipo «leve três e pague duas» ou «pague o seu bacanal em dez suaves prestações». 
Mas era sonhar muito alto.

Foi este tipo de gente que fez engolir em seco muitas pessoas honestas e com dignidade que estavam ligadas ao clube. Alguns protestaram, defenderam a ideia de que o clube tinha de ser gerido com mais transparência e acabaram por ser afastados. Como aconteceu com Alberto Magalhães, reputadíssimo empresário.


PC, cada vez mais lá no alto, qual Deus do Olimpo, qual César à frente das legiões, não dava tréguas:
- Aqui quem manda sou eu, e quem não estiver bem que se afaste!


O clube vivia momentos conturbados em termos directivos, mas os resultados desportivos eram óptimos. Consequentemente, Reinaldo Teles ia subindo na hierarquia do clube. Já tinha subido de chefe de segurança a chefe de departamento de futebol, uma ascensão que deixou muita gente de boca aberta, mas que foi aceite sem grande contestação, pois nessa altura já Reinaldo tinha todo o seu staff de segurança organizado. 


Reuniu alguns dos maiores rufias da cidade, alguns dos seus conhecidos dos negócios marginais e de prostituição, e impôs um cordão de silêncio tanto a jornalistas como a dirigentes. Quem contestasse ou denunciasse algo que não convinha, recebia a visita de um desses marginais e ficava sem vontade de dizer mais nada, subordinando-se ao silêncio e à aceitação dos factos. Nem os sócios conseguiam fugir a esta perseguição.


Mas quando as derrotas surgem ou os resultados demoram a aparecer e as exibições não são as melhores, há sempre associados que contestam. No final de um jogo em que o clube tinha perdido, um associado, passando ao lado dos balneários, não se coibiu de lançar alguns insultos ao presidente e seus pares.

- Filhos da puta, chulos, vão trabalhar!
Pinto da Costa, que estava de sobretudo e mãos nos bolsos, tendo a seu lado Reinaldo Teles e mais dois dirigentes de menor importância, todos rodeados por quatro capangas, deu de imediato uma ordem em surdina:
- Fodam-me esse gajo!


Os quatro capangas deram meia volta, seguiram o indivíduo até às imediações do estádio e deram-lhe uma sova, perante o olhar incrédulo das outras pessoas que não sabiam muito bem o que se estava a passar. Era a lei da força e do silêncio.


O esquema estava montado, e dirigente que ousasse abandonar o clube e falar do que ouviu ou viu, sabia bem o que lhe poderia acontecer.


O grupo de seguranças foi-se refinando alicerçado pela parcialidade e impunidade com que os próprios jagunços eram tratados e alongou-se até alguns agentes de autoridade que não se importavam de ostentar as suas armas como forma de intimidação. Foi sobre esta onda de poder e segurança que Pinto da Costa construiu o seu império e imperializou a sua própria imagem. Ele sentia-se um Al Capone à portuguesa, com a vantagem de não poder ser apanhado pelo fisco, pois não tinha rendimentos legais que justificassem qualquer tributação. Tinha, isso sim, o poder nas mãos e ficou ainda mais seguro disso a partir do dia em que se aliou a um bruxo muito conceituado em terras brasileiras que dava pelo nome de Pai João (Delane Vieira), um bruxo que não se limitava aos orixás, fornecendo também a equipa de futebol com frasquinhos de vidro que continham um guaraná em pó muito especial, esmagado por uma tribo de índios do interior do Brasil. O «speed», normalmente recomendado para os gulosos do sexo, ajudava os craques e, aliado à normal injecção de «vitaminas», tornava-os super-homens dentro do campo. E era certo que a aparelhagem do anti-doping estava completamente
desajustada para detectar o que quer que fosse. Mas até este sector, a seu tempo, foi devidamente controlado.


Entretanto, Reinaldo Teles não cessava a sua actividade, continuando a arranjar as melhores amantes para Pinto da Costa e a dar-lhe toda a protecção. Rodeado de poder, mas ainda sem dinheiro, o presidente, como lhe chamava Reinaldo, tinha algumas limitações, mas nunca esqueceu o velho amigo Ilídio Pinto, a quem continuava a extorquir o dinheiro que queria para efectuar alguns negócios, sempre com a promessa de que um dia este viria a ser vice do futebol profissional.


- É uma questão de tempo. Você tem de ter paciência. Necessito de si em lugares mais importantes para a vida do clube. Um dia o futebol será seu.


Com estas palavras de Pinto da Costa, o Ilídio lá ia passando uns cheques e cobrindo algumas despesas, porque fortuna pessoal foi coisa que nunca se conheceu ao presidente.


O grande negócio acabaria por surgir.
Um clube espanhol (Atlético de Madrid) interessou-se pela aquisição de Futre, e o seu presidente resolveu vir a Portugal contactar o jogador, sem antes consultar o clube de Pinto da Costa. 
Mas a organização, constituída por mais de uma dezena de guarda-costas, estava sempre bem informada de tudo quanto se passava na cidade e essencialmente dos assuntos que diziam respeito ao clube. Por isso, quando chegou a boa nova de que o presidente do clube espanhol estava em Portugal para falar com Futre, foi de imediato colocado um plano de ataque em marcha, cujo nome de código era «Caça à Peseta».


Apesar de Gil y Gil estar, no seu país, bem à altura de Pinto da Costa, quando veio a Portugal estava muito longe de saber o que lhe ia acontecer. 


Chegou ao Porto e combinou encontro com um empresário, para avaliar a possibilidade de levar Futre para Espanha. O bar era pequeno e decorado de uma forma simples. No fundo da sala, um pouco na penumbra, estava sentado Gil y Gil à espera do tal empresário quando irromperam pela sala dentro quatro indivíduos que, sem darem cavaco a ninguém, o rodearam e apertaram contra a parede, lançando o aviso:
- Se voltas aqui sem primeiro falares com o presidente do nosso clube, podes ter a certeza que não sais daqui vivo. Na próxima, não há aviso! - rugiu Reinaldo, decalcando
O final da sua declaração de um filme que tinha visto em Pinheiro da Cruz.
Estas palavras foram ditas com tanta certeza e segurança que Gil y Gil quase se mijou pelas pernas abaixo. Fora a sua primeira lição como futuro presidente de um dos maiores clubes espanhóis. 


«Coño, em Portugal não se brinca», suspirou, ainda com as pernas a tremer como varinhas verdes.
Gil y Gil não disse palavra, limitando-se a sair do bar e a enfiar-se na sua viatura, acelerando, sem olhar para trás, até Espanha. Gil até se esqueceu de comprar um queijo da serra em Vilar Formoso, como prometera a Carmen, a sua amante de Madrid/Sul.

Já no seu território, contactou directamente com Pinto da Costa, e este, sem muitas palavras, indicou-lhe um interlocutor: Luciano D´Onofrio.

- O seu braço direito? - quis saber Gil.
- Mais ou menos, pois será ele a conduzir o assunto – informou PC.


Gil y Gil ficou tão impressionado com a acção de Pinto da Costa que resolveu oferecer um extra ao seu congénere português: uma vivenda em Madrid.

- Sim senhor, mas numa zona fina, se faz favor – aceitou PC de pronto.
D´Onofrio entretanto colocou outro jogador (Rui Barros) de PC num clube italiano (Juventus) e a soma da venda de Futre e desse jogador vendido para Itália foi de 1 milhão e 200 mil contos, uma verba que PC nunca teria imaginado poder passar pelas suas mãos. De imediato, PC juntou todo aquele dinheiro e abriu uma conta particular, prometendo aos seus parceiros de direcção que aquela verba iria servir exclusivamente para a compra de jogadores para o clube. Todos acreditaram, mas esse dinheiro desapareceu como o fumo. Para amostra não ficou nem sequer um mísero escudo.

As ligações de Pinto da Costa com situações marginais começaram a ser comentadas, e isso criou um certo descontentamento entre alguns directores, nomeadamente no patrão da sua empresa, Alfredo Costa, e presidente do Conselho Fiscal do clube.
Ninguém como Alfredo Costa conhecia a vida de Pinto da Costa e, por isso, sabia muito bem que este andava a vivera além das suas reais possibilidades, entrando em outros negócios e noutras sociedades, sem se lhe conhecer a proveniência do dinheiro.
Desconfiado desta situação, como presidente do Conselho Fiscal do Clube, Alfredo Costa um dia interpelou Pinto da Costa sobre o milhão e duzentos mil contos da venda dos dois jogadores, mas como resposta obteve apenas:
- Não tenho de dar contas a ninguém.
Alfredo Costa estava de pé frente à secretária de Pinto da Costa e quase não acreditou no que estava a ouvir. Aquela era a confirmação de que o dinheiro tinha mesmo desaparecido e não pactuou mais com a situação, demitindo-se do seu lugar de presidente do Conselho Fiscal do clube, ao mesmo tempo que intimava Pinto da Costa a abandonar a sua empresa.

Alfredo Costa não teve contemplações:
- Recuso-me a trabalhar com gente desonesta. Na minha empresa não posso ter indivíduos do seu quilate.


Pinto da Costa estava na mó de cima e não ficou muito preocupado com a situação.
Uma grande parte daquele milhão tinha sido investida em várias empresas com ligações a familiares seus, mas sem o mínimo de capacidade de gestão, e todas acabaram por falir. O dinheiro fácil nunca é bem gerido, e o clube já estava a pagar as aventuras do seu presidente.


Mas os fiéis associados pouco se importavam com essas contas. Eles não queriam saber de gestão, mas de golos, e esses não faltavam. Pinto da Costa e Reinaldo Teles também sabiam disso e tinham de se organizar no sentido de garantir que esses golos e essas vitórias nunca haveriam de faltar.


Para deixar a empresa onde trabalhava, Pinto da Costa ainda teve que pagar sete mil contos e ficou sem carro por uns tempos. O milhão e tal de contos tinha desaparecido sem deixar rastos e tinha deixado de rastos PC, a contas com a justiça, por cheques sem cobertura e penhoras a bens pessoais. Foi um momento difícil, mas que não abateu o presidente, levando-o antes a pensar que o seu negócio era o futebol. Era nessa área que se movia como peixe na água, e a modalidade não estava a ser devidamente explorada. Todos os movimentos foram reprogramados, de forma a que o clube tivesse uma gestão capaz de alimentar o seu presidente.


Reinaldo Teles acabou por subir na escala do poder no clube. O vice para o futebol foi afastado, e Reinaldo chegou-se mais ao presidente, ocupando o lugar deixado vago. A vaidade pessoal de Reinaldo levou-o a abrir mais uma casa de alterne, desta vez mais chique e refinada. As putas eram de melhor qualidade e o champanhe também.
Pinto da Costa não perdia um strip-tease, e quando lhe agradava, saboreava ao vivo a estrela do espectáculo. PC sentia-se cada vez mais um Al Capone à portuguesa.
Sempre rodeado de guarda-costas, assumia a pose do gangster e já tratava as raparigas da forma que um dia vira num filme americano, nos seus tempos de liceu.
Tinham surgido alguns escândalos e alimentava-se a desconfiança em relação à forma como os dinheiros estavam a ser geridos e distribuídos, mas aos poucos a organização refinou-se, de forma a não deixar rastos. Luciano D´Onofrio era um gangsterzinho e foi-se apercebendo da forma pouco cuidada e pouco profissional como os assuntos eram tratados e em alguns negócios governou-se com mais dinheiro do que aquele que ficara combinado, e para anular essas fugas, Pinto da Costa resolveu montar uma sociedade secreta na Suíça para que existisse um maior secretismo. 


D´Onofrio era uma figura envolta em algum mistério. Tanto aparecia como, quase por artes mágicas, desaparecia, o que acontecia normalmente quando se adivinhavam maus momentos. Estas artes de prestidigitador livraram-no de muitos sarilhos, embora alguns anos mais tarde Luciano não tivesse conseguido evitar alguns dias de detenção num calabouço suíço, por suposta ligação a um caso futebolístico que abalou o futebol francês (Olympique Marselha).

PC confiava cegamente no seu amigo Luciano.
- D´Onofrio, vamos legalizar a nossa situação montando uma empresa de compra e venda de jogadores. No meu clube só você vende e compra todos os atletas, mas podemos estender o nosso negócio até outros clubes desde que se mantenha segredo absoluto.

- Está bem , presidente, você é que manda. Um dia ainda há-se ser como o Berlusconi.


Pinto da Costa não perdeu tempo.
- Vamos já formar essa sociedade, porque tenho um negócio para ser feito já. Na semana seguinte já estavam os dois na Suíça para legalizarem a empresa de compra e venda de jogadores.
O seu primeiro negócio foi com um clube francês (Matra Racing de Paris) cujo Treinador (Artur Jorge) já tinha passado pelo clube de PC.

- Temos de realizar dinheiro, porque as coisas não estão muito boas. As empresas que tenho montado têm dado uma grande barraca e levam-me o dinheiro todo. Temos o Jorge Plácido para vender a um clube francês.


Luciano D´Onofrio arregalou os olhos e disse com espanto:
- Mas, presidente, esse jogador não tem cotação europeia.


- Não se preocupe com isso, porque quem lá está vai querê-lo.


D´Onofrio, ainda sem acreditar no que ouvia, apesar de toda a sua experiência no mundo das vigarices, perguntou:
- Como vai ser feito o negócio?

- O nosso clube vende o Plácido à nosso empresa por 60 mil contos e nós vendemo-lo ao clube francês por 160 mil contos.
- Desses negócios é que eu gosto. Ganhamos mais que o clube.
- Tenho que dar uma volta à minha vida e começar a ganhar dinheiro, porque o que já
perdi não foi pouco. No futebol é que está o nosso grande negócio.

Luciano D´Onofrio arregalou os olhos e pensou de imediato em ir um pouco mais adiante, mas resolveu não falar disso com o presidente. Preferia colocar o problema a Reinaldo Teles, que era um elemento mais acessível para as situações de ilegalidade.
Logo que pôde, encontrou-se com Reinaldo Teles e convenceu-o a falar com o presidente.


- Reinaldo, temos um negócio que dá dinheiro que se farta, mas tens de ser tu a falar
disso ao presidente.


Reinaldo olhou-o pensativo, mas lá acabou por se decidir.
- Não venhas com tangas p´ra mim. Diz lá que o que queres que proponha ao presidente.
- Tenho feito aí uns negócios com cocaína e nem imaginas o lucro que isso dá.

- Estás maluco. Pensas que o presidente vai numa coisa dessas?


- As coisas estão más e é necessário realizar dinheiro. Com a protecção que o futebol
dá, podemos trabalhar à vontade.

Reinaldo Teles convenceu-se de que, de facto, havia alguma razão nas palavras de Luciano D´Onofrio e comprometeu-se a falar com o presidente sobre o assunto.


Pinto da Costa ouviu atentamente Reinaldo e mandou-o avançar com a ideia, mas ele queria ficar de fora.


- Resolvam lá isso vocês os dois, mas deixem-me de fora para poder controlar melhor a situação.


Reinaldo Teles não era burro e ficou desconfiado. Naquele momento não disse nada mas, passados dias, voltou a falar do assunto.

- O melhor é ficarmos os dois de fora, e eu arranjo alguém para tratar do assunto directamente com D´Onofrio.


De início, o negócio correu bastante bem, mas passados alguns meses, a polícia começou a ameaçar com algumas buscas, tendo inclusive ido esperar o autocarro do clube à portagem dos Carvalhos para o revistar de alto a baixo. Nessa busca foram apanhados largos kg. de droga mas o acusado foi um tal de Mariano, jogador do porto à altura e que recebeu alguns milhares para ficar calado, porque a rede estava bem montada e não faltavam informadores. 
No entanto, Pinto da Costa sentiu o perigo que essa situação podia estar a criar e, como tinha consciência de que inimigos era coisa que não lhe faltava, depois das primeiras prisões de pessoas ligadas ao grupo que actuava em paralelo com D´Onofrio, deu ordem para se terminar com o negócio da cocaína que começava a ser vendida um pouco descaradamente aos próprios jogadores de futebol do FC Porto.
Pinto da Costa não perdia tempo. Não dormia só para pensar. A «coca» garantia
muitas horas de espertina, no fim de contas.


Final da Parte I

terça-feira, 10 de julho de 2012

Estado e RTP financiam a Olivedesportos com dinheiro dos Contibuintes


Estado e RTP financiam a Olivedesportos com dinheiro dos Contibuintes

2.7.3. NO TOCANTE À INFORMAÇÃO DESPORTIVA 
Entre os diferentes géneros de programas da RTP, a informação desportiva, na qual predominam as transmissões de jogos de futebol, representa a que acarreta o maior custo unitário, por hora de emissão. 
Na RTP1, a informação desportiva e, em especial, as transmissões dos jogos de futebol, são os programas que apresentam a relação custo-benefício mais desequilibrada para a empresa, quando se comparam os custos com as receitas geradas por via da publicidade emitida. 
A quase totalidade dos direitos para a exibição, pela RTP, de jogos de futebol, envolvendo equipas nacionais, é adquirida à OLIVEDESPORTOS. Esta empresa, cujo relacionamento com a RTP remonta ao ano de 1992, não só funciona como o intermediário entre os clubes e os operadores de televisão, financiando antecipadamente os primeiros, como detém, praticamente, o monopólio dos direitos de transmissão de jogos de futebol no país. 
O que ressalta de todo o processo subjacente à aquisição de direitos à OLIVEDESPORTOS é a relação de complementaridade e de mútuos compromissos que tem existido entre a RTP e esta firma intermediária. 
A RTP funciona como garantia para o escoamento dos direitos que a OLIVEDESPORTOS, praticamente, monopoliza, no domínio da transmissão dos jogos do futebol nacional. A OLIVEDESPORTOS, por seu turno, assegura à RTP a primazia das transmissões numa área em que as audiências são, em regra, mais elevadas, concedendo- lhe a preferência para a aquisição de direitos, e condescendendo, também, com a Estação pública, no tocante às dilações verificadas, nos últimos anos, quanto a prazos de pagamento. 
E o facto é que, para a RTP, as transmissões de futebol têm acarretado acumulação de prejuízos, pelos elevados encargos que as aquisições de direitos representam. 
Relativamente à participação da RTP no canal SPORT TV, da análise do que têm sido as suas contrapartidas, confrontadas com o investimento financeiro realizado, constata-se que a RTP se apresenta como um “contribuinte líquido” do canal de conteúdos desportivos. As receitas para a RTP, como contrapartida dos serviços prestados à SPORT TV, têm sido insuficientes e com margens próximas do zero.
Com feito, o Acordo Parassocial celebrado entre a TV CABO, a RTP e a PPTV, para regular as relações entre cada uma das empresas fundadoras e a empresa comum, SPORT TV, afigura-se desvantajoso para a RTP, na medida em que esta empresa, ao contrário do que acontece com os restantes dois sócios da SPORT TV, não assegura para si a produção dos conteúdos televisivos do canal de desporto, a partir da capacidade de que dispõe, não cobrando também qualquer margem de intermediação pelos direitos de transmissão de eventos que cede à SPORT TV.
Quanto à cedência de direitos à SPORT TV, apurou-se que a RTP, no período de 1998 a 2000, procedeu à cedência de diversos direitos a este canal sem qualquer tipo de contrapartida, atingindo os mesmos, no seu conjunto, valor significativo. 
  
4.3.4. RESTANTES PARTICIPAÇÕES 
  
Em Abril de 1998, entre a RTP, a TV CABO e a PPTV – Publicidade de Portugal e Televisão, SA (empresa do grupo OLIVEDESPORTOS), foi constituída a SPORT TV Portugal, SA, para o desenvolvimento de um canal temático de desporto em regime de pay tv, com difusão através da TV CABO, tendo este iniciado as suas emissões em Setembro do mesmo ano. 
Até ao final de 2000, o investimento financeiro da RTP na participação na SPORT TV (33,3%) atingiu cerca de 2,17 milhões de contos (10,8 milhões de Euros), tendo 2 milhões (10 milhões de Euros) correspondido a prestações acessórias e 167 milhares de contos (833 milhares de Euros) a capital. Tal investimento foi acompanhado pelos restantes accionistas da SPORT TV. 
Do ponto de vista da RTP, a participação na SPORT TV representou a possibilidade da empresa rentabilizar as suas infra-estruturas produtivas, através do aluguer de um estúdio do seu antigo CPL e da utilização de outros meios de produção, actualmente afectos à FO&CO, e também de proporcionar o sublicenciamento de direitos de transmissão de eventos desportivos que isoladamente não teria capacidade para emitir. 
(cortado) 
12.3.5.1 
O acréscimo de custos de 1997 para 2000, quando se excluem os programas de informação da RTP1, atinge 22% (cerca de 2,1 milhões de contos – 10,5 milhões de Euros), tendo este resultado, essencialmente, do crescimento verificado nos géneros de entretenimento e ficção, nas proveniências relativas à produção externa nacional, co-produção e produção própria (acréscimo de 24%, representando cerca de 1,4 milhões de contos – 6,9 milhões de Euros).
Quanto aos programas de informação, que registaram, naquele período, um crescimento de 53% (cerca de 2,7 milhões de contos – 13,5 milhões de Euros), a evolução verificada fica essencialmente a dever-se ao acréscimo de custos da informação desportiva (62%, representando cerca de 2,4 milhões de contos – 11,9 milhões de Euros), no qual se incluem as transmissões de futebol. 
(cortado) 
  
12.4. INFORMAÇÃO DESPORTIVA 
  A informação desportiva corresponde ao género de programas da RTP onde se incluem as transmissões de eventos desportivos e de outros programas afins. 
As despesas associadas a este género de programas consubstanciam-se, essencialmente, na aquisição a terceiros, nacionais e internacionais, dos direitos de exibição dos eventos. Entre os programas desportivos, preponderam os que respeitam à transmissão de jogos de futebol e à produção de programas relacionados. 
A emissão deste género de programas, tal com os relativos à informação diária e não diária, tem origem em propostas emanadas da Direcção de Informação da RTP. 
  
12.4.1. ENQUADRAMENTO 
  
No período de 1997 a 2000, os custos com a aquisição de direitos para a exibição de eventos desportivos representaram cerca de 85% do total dos encargos directos que a RTP incorreu neste género de programas. As despesas que respeitaram à transmissão de jogos de futebol e à produção de programas relacionados representaram cerca de 83% do mesmo total. 
  Para a RTP1 e para o conjunto dos canais da empresa, os custos directos associados à exibição deste género de programas foram os seguintes:  
Unid. Milhares Contos
 
              
Fonte: RTP 
  
84 Informação diária, não diária e desportiva. 
  
Os valores em presença evidenciam o elevado peso que dispõem as despesas com a informação desportiva no conjunto dos diversos géneros de programas emitidos pela RTP.
Em termos de canais, a RTP1 é o principal destinatário dos direitos de exibição de eventos desportivos que a empresa adquire, representando cerca de 85% dos custos directos associados aos programas de informação desportiva.
De 1997 a 2000, os custos directos suportados com este género de programas registaram acréscimos anuais de cerca de 6%, 10% e 41%, respectivamente em cada um dos anos, existindo uma tendência de crescimento significativo destas despesas.
Nos diferentes géneros de programas da RTP (de informação e restantes géneros), a informação desportiva é o género que acarreta o maior custo unitário por hora de emissão da empresa. Este género de programas atingiu um custo directo médio de cerca de 8.000 contos (39.904 Euros) por hora de emissão no canal 1, quando para a totalidade dos programas emitidos no mesmo canal se registou um custo unitário de cerca 2.400 contos (11.971 Euros).
  
12.4.2. CUSTO – BENEFÍCIO DA ÁREA DO FUTEBOL NA RTP 1 
  
A informação desportiva da RTP1 é um dos géneros de programas que apresenta uma relação custo - benefício mais desequilibrada em desfavor da empresa, quando se consideram as receitas que são geradas, por via da publicidade emitida. 
Com efeito, as receitas de publicidade associadas aos programas desportivos, nos quais predominam os que respeitam à área do futebol, têm ficado muito aquém dos elevados encargos que decorrem da aquisição dos direitos de exibição destes programas. 
Trata-se sobretudo de um desfasamento de custos, na aquisição de direitos para as transmissões de jogos de futebol, dado que é neste género de programas que a RTP dispõe das audiências mais elevadas. 
No ano 2000, as receitas de publicidade85 associadas aos programas de informação desportiva cobriram apenas cerca de 36% dos respectivos custos directos de exibição da RTP1. A estes custos terão ainda de ser acrescidos os encargos indirectos que a empresa suporta para a produção dos programas, nomeadamente ao nível dos custos com o pessoal envolvido. 
Mais recentemente, em Março de 2001, a aquisição de direitos para a exibição de uma partida de futebol, como foi o caso do FC Porto – Liverpool, representou já um dispêndio de 90 milhares de contos – cerca de 448,9 milhares de Euros, o que faz perspectivar um agravamento, para o futuro, dos custos a suportar pela empresa nesta área de programas. 
Do que antecede, e em termos da magnitude das perdas que têm ficado associadas à transmissão de jogos de futebol, torna-se sobretudo pertinente que a RTP questione a viabilidade futura da sua política de transmissão destes eventos ou as condições desvantajosas em termos de custo-benefício em que a mesma se tem processado. 
Para os responsáveis da área de informação da RTP à data da realização desta auditoria, ou seja, Maio de 2001, a justificação para as transmissões de futebol prendia-se com os níveis mais elevados de audiências que proporcionavam e pelo efeito induzido que também provocavam nas audiências dos restantes programas. 
Porém, para a própria RTP, ao menos segundo consta no seu Relatório e Contas do ano de 2000, a área do futebol, enquanto motor de audiências do canal 1, tem vindo a ficar enfraquecida. 
  
12.4.3. AQUISIÇÕES DE DIREITOS NA ÁREA DO FUTEBOL 
  
A quase totalidade dos direitos para a exibição pela RTP de jogos de futebol, envolvendo equipas nacionais, foi adquirida à OLIVEDESPORTOS ou a uma firma do grupo desta, a PPTV – Publicidade de Portugal e Televisão, SA. 
De fora do campo de acção da OLIVEDESPORTOS ficaram as provas respeitantes à “Liga dos Campeões”, cujos direitos foram adquiridos pela RTP à UEFA/TEAM, as finais das Taças UEFA e as fases finais dos Campeonatos da Europa e do Mundo, cujos direitos, até ao ano de 2000, foram adquiridos por intermédio da UER – União Europeia de Radiodifusão (Eurovisão). 
  85 Líquidas de descontos de agência e rappel, considerando a taxa anual implícita nos descontos praticados pela RTC. 
  
  12.4.3.1. Aquisições à OLIVEDESPORTOS 
  Entre a RTP e a OLIVEDESPORTOS/PPTV foram celebrados, a partir de 1995, os seguintes contratos para a aquisição de direitos na área do futebol: 
   
Unid: Milhares Contos 
Fonte: RTP; análise equipa de auditoria 
  
Relativamente ao contrato, ainda em vigor, para a transmissão de 33 jogos, por época, do campeonato nacional de futebol, a RTP adoptou internamente a seguinte repartição para efeitos da valorização dos jogos: 
   
Unid: Milhares Contos 
Fonte: RTP
  
Para além destes direitos, a RTP também adquiriu outros à OLIVESDESPORTOS/PPTV, não cobertos por contrato, essencialmente, a partir do final de 1998, para a transmissão de jogos de equipas nacionais, disputados no âmbito da taça UEFA ou envolvendo as selecções nacionais. Segundo registos da empresa, este tipo de aquisições de direitos representaram uma despesa global de cerca de 2 milhões de contos – 10 milhões de Euros (valores contabilizados em 1999 e 2000), a acrescer aos valores contratados. 
  
A presença da OLIVEDESPORTOS, que remonta ao ano de 1992, resultou desta entidade, que funciona como intermediário entre os clubes e os operadores de televisão, ter financiado antecipadamente os primeiros e deter, praticamente, o monopólio dos direitos de transmissão dos jogos de futebol no país.
Excepção, foi o sucedido no final de 1997, quando o clube SL Benfica se afastou dos compromissos que dispunha com a OLIVEDESPORTOS, relativamente à cedência dos seus direitos de transmissão televisiva.
Relativamente à aquisição de jogos disputados por equipas nacionais no estrangeiro, é de difícil aceitação que a RTP os vá adquirir à OLIVEDESPORTOS, como acontece, quando os respectivos direitos não são pertença das equipas nacionais envolvidas, mas das visitadas, que os comercializam, geralmente, através de outros intermediários.
Este tipo de aquisições, de jogos disputados no estrangeiro, ficou inclusivamente contemplado no contrato que a RTP celebrou com a OLIVEDESPORTOS em Julho de 1995, relativo às épocas de 1995/96 a 1997/98, quando os respectivos direitos ainda nem sequer pertenciam à OLIVEDESPORTOS, por se desconhecer os clubes estrangeiros que estariam envolvidos.
Posteriormente, as aquisições daqueles jogos continuaram a efectuar-se à OLIVEDESPORTOS, mas sem estarem abrangidas por contrato. Excepção correspondeu ainda ao contrato celebrado em Março de 1999, que contemplou a aquisição da totalidade dos jogos disputados pelas selecções nacionais de futebol para apuramento à fase final do Europeu de 2000.
O que ressalta da globalidade dos processos subjacentes à aquisição de direitos à OLIVEDESPORTOS é a relação de complementaridade e de mútuos compromissos que tem existido entre a RTP e esta firma intermediária.
A RTP funciona, de facto, como uma garantia para o escoamento dos direitos que a OLIVEDESPORTOS, praticamente, monopoliza no futebol nacional. A OLIVEDESPORTOS assegura à RTP o exclusivo das transmissões numa área onde as audiências são por norma mais elevadas, concedendo- lhe a preferência para a aquisição de direitos e condescendendo também para com a Estação perante as dilações que se têm verificado nos últimos anos nos prazos de pagamento86.
Não obstante, para a RTP, as transmissões de futebol têm representado uma sucessiva acumulação de prejuízos, pelos elevados encargos que as aquisições de direitos acarretam. 
  86 O prazo médio de pagamentos à OLIVESDESPORTOS e PPTV passou de 6,4 meses, em 1999, para11,8 meses no ano de 2000. 
  
12.4.3.2. Outras aquisições 
Os principais contratos para a aquisição dos restantes direitos na área do futebol envolveram os seguintes níveis de despesa: 
   
Unid: Milhares Contos 
Fonte: RTP 
  
Pelas despesas que representaram, destacam-se as aquisições de direitos para a exibição dos jogos da “Liga do Campeões” e, em especial, o aumento que o contrato, que actualmente se encontra em vigor, veio introduzir. As despesas passaram de um valor de cerca de 598 milhares de contos (2,9 milhões de Euros) por época, no primeiro contrato, para cerca de 1,73 milhões de contos (8,6 milhões de Euros) por época, no segundo.
A origem deste aumento ficou, essencialmente, relacionada com a alteração introduzida pela UEFA no formato da prova, que passou a contemplar um maior número de equipas e de jogos, com estes a realizaram-se em dois dias distintos, aliada ao facto de a RTP ter adquirido a totalidade dos direitos para a exibição dos jogos desta prova no país. O primeiro contrato contemplava a transmissão em directo de 11 jogos por época, quando no actual passam a poder ser transmitidos em directo 33 jogos por época.
A aquisição pela RTP da totalidade daqueles direitos foi efectuada a contar com os jogos que passariam a ser exibidos pelo canal SPORT TV, em consequência do sub-licenciamento de direitos que a RTP realizaria a este canal. A RTP transmitiria o jogo disputado à Quarta- feira e a SPORT TV o da Terça-feira, perfazendo as transmissões de cada um dos canais cerca de 17 jogos em directo por época.
Entre a RTP e a SPORT TV ficou, inicialmente, acordado que o sub-licenciamento de direitos representaria 33% do valor global contratado à TEAM/UEFA, pelo que o custo final da aquisição de direitos para a RTP se restringiria aos remanescentes 67% (cerca de 4,6 milhões de contos – 22,9 milhões de Euros, para as 4 épocas contratadas). Para cada uma das épocas procedeu-se ao escalonamento da contribuição da SPORT TV, em função do número de subscritores previsto para o canal e até perfazer os 33% finais.
Na execução relativa à época de 1999/2000, a RTP e a SPORT TV celebram um Acordo de sub-licenciamento, que, tal como previsto para esta época, contemplou para o canal de desporto uma contribuição de 26% do valor contratado à TEAM/UEFA, na parcela respeitante a esta primeira época. Para a época seguinte de 2000/2001, ao invés dos 30% inicialmente previstos, o Acordo celebrado contemplou para a SPORT TV uma contribuição de 21%.
Tal alteração ficou a dever-se ao facto de a RTP ter reservado para si o direito de preferência para a transmissão em directo do jogo que envolva a equipa nacional, no caso de apenas uma se encontrar em competição na prova. 
Desde modo, caso permaneça para as épocas seguintes a percentagem de 21% atribuída à SPORT TV, o custo final para a RTP do contrato celebrado com TEAM/UEFA ascenderá, não aos cerca de 4,6 milhões de contos – 22,9 milhões de Euros, previstos inicialmente, mas a cerca de 5,4 milhões de contos – 26,9 milhões de Euros. 
  
12.4.4. PARTICIPAÇÃO DA RTP NO CANAL SPORT TV 
  
No âmbito da constituição da SPORT TV, foi celebrado, em Fevereiro de 1998, um Acordo Parassocial entre a TV CABO, a RTP e a PPTV, para regular as relações entre cada uma das empresas fundadoras e a empresa comum, em especial, no que respeita à cedência, mediante contrapartida, de direitos e de meios técnicos, materiais e humanos, de que aquelas são titulares, para a prossecução do objecto social do novo canal. 
Em relação a cada um dos sócios, as contribuições acordadas para com a SPORT TV, e respectivas contrapartidas, são as seguintes: 
§ O fornecimento pela TV CABO de serviços nas áreas de infra-estruturas (distribuição por cabo e por satélite das emissões), de gestão de clientes e de força de vendas, recebendo, como contrapartida, um valor correspondente a 31,9% das receitas globais que a SPORT TV auferir até 31 de Julho de 2004; 
§ A cedência pela PPTV dos direitos de transmissão de jogos e resumos de futebol disputados por clubes portugueses nos respectivos campos de que é exclusiva titular, recebendo, como contrapartida, um valor igual a 41,5% das receitas globais que o canal auferir até 31 de Julho de 2004; 
§ A prestação pela RTP de serviços técnicos de produção de emissão (localizados nos estúdios do Lumiar) e ainda os de produção televisiva de eventos desportivos em exterior, tendo-se acordado os preços a facturar pelos serviços prestados. 
A RTP obriga-se ainda a ceder à SPORT TV, ao preço de custo, os direitos de que seja titular, relativamente aos jogos de futebol da “Liga dos Campeões” e de provas internacionais de outras modalidades desportivas de alta competição. 
Para pagamento da retribuição destinada à PPTV, ficou definido um esquema de adiantamentos a conceder pela SPORT TV a esta firma do grupo OLIVESDESPORTOS, a sucederem até Agosto de 2000 e perfazendo um montante global de cerca de 11,2 milhões de contos – 55,9 milhões de Euros. 
No final de 2000, a SPORT TV tinha realizado a totalidade dos adiantamentos previstos com destino à PPTV. 
  
  Em termos de instrumentos reguladores, pese embora tenha ficado prevista a celebração de contratos entre cada um dos sócios e a SPORT TV, para regular as diversas contribuições destinadas ao canal, nunca as partes envolvidas chegaram a celebrar até àquela data quaisquer contratos.
Relativamente à RTP, chegaram mesmo a existir diversas versões para os contratos que se previam celebrar com a SPORT TV, envolvendo a prestação de “serviços técnicos de produção de emissão” e a“produção televisiva de eventos desportivos em exterior” e, ainda, para a cedência de direitos, mas que nunca chegaram a ser assinados.
Da análise do que têm sido as contrapartidas para a RTP pela participação que detém na SPORT TV, confrontadas com o investimento financeiro de cerca de 2,17 milhões de contos – 10,8 milhões de Euros, já realizado neste canal, até ao final de 2000, constata-se que a RTP se apresenta como um “contribuinte líquido” do canal de conteúdos desportivos. Acresce que, de acordo com estudo da consultora Roland Berger datado de 12.10.2000, é a própria RTP que, em inquérito efectuado pela mesma consultora, reconhece que as receitas que provêm para a RTP, como contrapartida dos serviços prestados à SPORT TV, têm sido insuficientes e com margens próximas do zero.
O Acordo Parassocial não se revela vantajoso para a RTP, na medida em que a empresa, ao contrário do que acontece com os restantes dois sócios da SPORT TV, não assegura para si a produção dos conteúdos televisivos do canal de desporto, a partir da capacidade que dispõe, não cobrando também qualquer margem de intermediação pelos direitos de transmissão de eventos que cede à SPORT TV.
Relativamente à produção de eventos no exterior, a SPORT TV começou a preterir a RTP, em favor de outras firmas externas, representando os serviços que a RTP prestou no ano de 2000 apenas cerca de 35% do total desde tipo de aquisições da SPORT TV.
No ano 2000, pela prestação dos serviços técnicos de produção de emissão, em conjunto com a produção de eventos em exterior, a RTP obteve receitas de cerca de 700 milhares de contos – 3,5 milhões de Euros. Os custos operacionais que a RTP incorreu para o efeito situaram-se, aproximadamente, em cerca de 670 milhares de contos – 3,3 milhões de Euros87.
Para a produção deste tipo de serviços, a RTP afectou à actividade destinada à SPORT TV, no início da sua participação neste canal, um investimento técnico que ascendeu a cerca de 620 milhares de contos – 3,1 milhões de Euros.
Relativamente à cedência de direitos, os que foram facturados à SPORT TV prenderam-se, essencialmente, com solicitações deste canal, onde a intervenção da RTP se relacionou mais com o facto de deter uma posição contratual privilegiada, enquanto membro da Eurovisão.
  87 Considerando os valores debitados pela FO&CO à RTP, pela prestação de serviços relacionados com a SPORT TV, e outros encargos imputados pela RTP no seu centro de custos n.º 3109. 
  
 O que foram os argumentos invocados pela RTP, na altura da constituição da SPORT TV, quanto à possibilidade de a empresa passar a rentabilizar as suas infra-estruturas produtivas e sublicenciar direitos de transmissão de eventos desportivos que, isoladamente, não teria capacidade para emitir, não foram, assim, na realidade, concretizados. 
Ainda quanto à cedência de direitos à SPORT TV, apurou-se que a RTP, no período de 1998 a 2000, procedeu à cedência de diversos direitos a este canal sem qualquer tipo de contrapartida, em termos de facturação emitida (ao preço de custo). O valor destes direitos, cedidos a título gratuito, na medida em que até ao final de Maio de 2001 não tinham sido objecto de facturação pela RTP, situa-se em, pelo menos, cerca de 340 milhares de contos – 1,7 milhões de Euros88
  
13. EMPRESAS PARTICIPADAS PELA RTP 
  
No período de 1995 a 2000, a situação económica das principais empresas do grupo e associadas da RTP apresentou-se do seguinte modo: 
   


Fonte:
Tribunal de Contas