quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Nas meias finais


Mais uma vitória, justa mas complicada.
Complicada porque o Rio Ave a jogar em casa é um adversário difícil. Complicada porque a desinspiração dos jogadores deu origem a um Benfica perdulário. Mais ainda com o resultado relativamente nivelado, o segundo golo só apareceria nos últimos 5 minutos, o Rio Ave teve sempre a esperança de chegar ao empate para forçar o prolongamento. O Rio Ave, com dois extremos perigosos, Yazalde e Bruno Gama e um avançado letal, pelo menos na maioria dos jogos, João Tomás, que apesar da experiência acusou a pressão de marcar um penalty ao Benfica, que saudades dos tempos em que o Jardel de Coimbra fazia dupla com o Van Hojdonk, criou várias situações de perigo em especial na primeira parte. Seria do Rio Ave a primeira grande oportunidade pois o árbitro sancionou um toque do Coentrão num jogador do Rio Ave e o João Ferreira apontou para a marca dos 11 metros. Pensei na altura que era exagerado, mas a verdade é que o árbitro manteve o critério e por isso o Benfica viria a beneficiar de 3 penalties durante o jogo. Provavelmente os nossos detratores virão falar deste jogo e de como precisámos de 3 penalties para ganhar, mas a verdade é que ficou um penalty por marcar quando na segunda parte o Gaspar desviou claramente um remate do Saviola com o cotovelo. Verdade também que Cardozo falhou o primeiro penalty e marcou o segundo de forma violenta, por pouco não arrancava a cabeça ao Mário Felgueiras. O terceiro penalty, talvez como presente para despedida ficou para o David Luis marcar, mas atirou por cima, pelo que o segundo golo viria a surgir com um remate à meia volta do Cardozo que foi desviado pelo Tarantini. Destaco ainda o remate do Saviola ao poste e as várias oportunidades falahadas, primeiro pelo Maxi Pereira na cara do guarda redes e na segunda parte pelo Gaitán que por 2 ou 3 vezes falhou o mais fácil.
Curiosa a utilização do Airton que quando o Benfica atacava recuava para terceiro central permitindo a subida dos 2 laterais por forma a que o Benfica atacasse num 3-5-2 que por vezes se tornava num 3-4-3. O jogo foi bom e tivesse o Benfica mostrado eficácia no momento da finalização e o resultado teria sido bastante desnivelado.
Além do David Luis que mostrou ser um profissional a sério, apesar do penalty falhado, destaco o Júlio César que sendo suplente durante grande parte da época fez um jogo notável, com boas saídas e defendendo um penalty, dando uma grande segurança à equipa. Em plano inverso, as dificuldades notórias do Maxi Pereira e a pouca concentração defensiva do Coentrão, cujas falhas não originaram o golo do adversário como contra o Nacional, mas sim o penalty que foi defendido pelo Júlio César.
Júlio César - Nota máxima, defendeu tudo o que havia para defender, saíu aos cruzamentos e mostrou grande segurança
Maxi Pereira - está claramente em má forma, Yazalde fez-lhe a vida negra e mesmo Bruno Gama não o deixou descansado
Luisão - A tranquilidade do costume
David Luis - Apesar de algumas queixas físicas na primeira parte, cortou muitas bolas, mostrando que estava verdadeiramente empenhado no jogo como um profissional o deve fazer, pena foi que falhasse o penalty num momento importante
Fábio Coentrão - Ofensivamente em bom plano, com boas combinações com Gaitán, mas defensivamente parece distrair-se indo demasiado tarde à bola, pelo que causou uma penalidade contra o Benfica
Airton - Com a missão dada por Jorge Jesus, que cumpriu integralmente, compensando as subidas do David Luis e funcionando como terceiro central quando a equipa tinha posse de bola, não teve qualquer destaque ofensivo. Em relação às transições defensivas não pode encostar-se tanto nos centrais, pois abre demasiado espaço à frente da defesa
Salvio - Com um bom remate de início e umas boas jogadas em que desequilibra claramente as defesas adversárias mostra ser uma mais valia
Nico Gaitán - Muito perdulário, bem a desequilibrar e a conseguir obter boas posições de remate, mas desconcentrado no meomento de concluir
Pablo Aimar - Espalhou classe com os seus passes e toques
Saviola - Muito esforçado, conquistou os dois primeiros penalties do Benfica, tendo ficado ainda um por assinalar, um bom remate poste e grandes movimentações em que desequilibrou a defesa contrária
Cardozo - Começou mal, pois falhou um penalty, depois recompôs-se e marcou à beira do intervalo outro penalty, desta feita em força. Acabaria por apontar o segundo golo beneficiando do desvio de Tarantini
Carlos Martins - entrou a um quarto de hora do fim e fica na retina o passe de 35 metros que só por pouco foi interceptado
César Peixoto - entrou após o 2-0 para o aplauso a Saviola, ainda fez uma falta
Weldon - entrou já nos descontos para o aplauso a Cardozo
foto: record

1 comentário:

Roberto Rodrigues disse...

Excelente análise, especialmente ao recuo do Airton e passagem da táctica para 3-5-2:

Desculpa ter feito o meu post tão pouco tempo a seguir à publicação do teu mas só o vi depois de já ter publicado o meu.

Um grande abraço.