Com o clube à beira da falência, por gestão ruinosa, os terrenos oferecidos pela Câmara foram (nove anos depois em hasta pública) comprados por uma empresa imobiliária do dirigente do Salgueiros Carlos Abreu, por 3 milhões de Euros. Uma outra proposta de 15 milhões de um outro licitador, desapareceu misteriosamente.
No processo de doação dos terrenos municipais, envolveram-se pelo lado da Câmara, Nuno Cardoso, Vereador do Urbanismo, depois Presidente e pelo lado do Salgueiros, Carlos Abreu, número dois do Salgueiros, agora Presidente.
Agora voltaram a encontrar-se.
Segundo o Público (notícia não disponível em one-line), Nuno Cardoso passou a sócio de Carlos Abreu na empresa que vai comercializar os terrenos doados pela Câmara.
Estranhas coincidências!
Esquisito também, é Nuno Cardoso dizer que só conhece Carlos Abreu, há uns sete, oito meses, quando os dois, foram os protagonistas, na cedência incondicional dos terrenos municipais ao Salgueiros. Esquisito é fazer sociedade com alguém que só conhece há uns meses.
Para esta nota ficar completa, faltará dizer que o Salgueiros “acabou” ; que o seu estádio foi vendido à Metro, sendo Nuno Cardoso administrador; que o anterior Presidente do Salgueiros, responde em processo-crime por suspeita de fraude fiscal e outro por gestão danosa; que Nuno Cardoso está ser investigado pelo MP, no âmbito da permuta de terrenos com o F.C. Porto, onde a autarquia terá sido fortemente prejudicada.
É o trilátero, futebol, autarquias, construtores, a funcionar em pleno.
"A empresa não foi criada para esse efeito, mas obviamente que, se conseguirmos comercializar os terrenos de Arca D'Água, o faremos", disse ao PÚBLICO Nuno Cardoso, referindo que a constituição da sociedade nada tem de irregular. "Só conheci esses senhores há sete, oito meses. E decidimos fazer uma sociedade imobiliária. Conheço muita gente e agora estou nesse ramo do negócio", referiu.
Nuno Cardoso disse ainda ao PÚBLICO que o facto de a empresa ter uma sede "fantasma" também não é irregular. "As empresas são as pessoas. Não precisam de qualquer espaço", acrescentou, explicando que a morada indicada nos registos da sociedade (Centro Comercial do Campo Alegre, no Porto) não é a morada da empresa, mas sim de uma loja de Carlos Abreu. "É a loja de um dos sócios. O que é que isso tem de mal?", perguntou.
Anos desastrosos
Os anos que se seguiram foram depois desastrosos para o Salgueiros. Afogado em dívidas, foi obrigado a desbaratar o património.
A venda dos terrenos de Arca D'Água ocorreu a 10 de Janeiro de 2006, na 8ª Vara Cível do Porto. Foram atribuídas três parcelas à FGVS (uma empresa imobiliária que tinha como sócios Carlos Abreu e Manuel Leite, agora sócios de Nuno Cardoso), terrenos esses localizados junto à Via de Cintura Interna (VCI).
Sobre aqueles terrenos estavam nessa altura registadas 14 hipotecas e penhoras, no montante de 10,3 milhões de euros.
A compra foi feita pela FGSV, em hasta pública, por três milhões. A empresa não foi a primeira licitadora, mas o terreno foi-lhe atribuído depois de o juiz perceber que o maior licitador, que tinha oferecido 15 milhões, tinha desaparecido.
A empresa em causa, com sede em Trofa, tem ainda outra semelhança à agora criada com Nuno Cardoso. A sede também é fantasma e na morada, em Trofa, indicada nos registos, não existe qualquer sociedade.
Este negócio teve outra particularidade. Quem licitou os terrenos de Arca D'Água foi efectivamente a empresa do presidente da comissão administrativa do Salgueiros, mas em Março, um mês antes do negócio se concretizar, aquele passou as quotas a outro empresário, poucos dias antes de constituir uma nova sociedade imobiliária com Nuno Cardoso.
Refira-se ainda que a venda em hasta pública foi contestada pela Liga de Clubes, que alegava deter uma hipoteca sobre os terrenos, no valor de 650 mil euros. Dizia ainda não ter sido avisada da venda judicial, mas a irregularidade alegada não foi suficiente para invalidar o negócio.
Fontes:
Jornal " Público"
Jornal "Diário de Noticias"
Lusa
"A empresa não foi criada para esse efeito, mas obviamente que, se conseguirmos comercializar os terrenos de Arca D'Água, o faremos", disse ao PÚBLICO Nuno Cardoso, referindo que a constituição da sociedade nada tem de irregular. "Só conheci esses senhores há sete, oito meses. E decidimos fazer uma sociedade imobiliária. Conheço muita gente e agora estou nesse ramo do negócio", referiu.
Nuno Cardoso disse ainda ao PÚBLICO que o facto de a empresa ter uma sede "fantasma" também não é irregular. "As empresas são as pessoas. Não precisam de qualquer espaço", acrescentou, explicando que a morada indicada nos registos da sociedade (Centro Comercial do Campo Alegre, no Porto) não é a morada da empresa, mas sim de uma loja de Carlos Abreu. "É a loja de um dos sócios. O que é que isso tem de mal?", perguntou.
Anos desastrosos
Os anos que se seguiram foram depois desastrosos para o Salgueiros. Afogado em dívidas, foi obrigado a desbaratar o património.
A venda dos terrenos de Arca D'Água ocorreu a 10 de Janeiro de 2006, na 8ª Vara Cível do Porto. Foram atribuídas três parcelas à FGVS (uma empresa imobiliária que tinha como sócios Carlos Abreu e Manuel Leite, agora sócios de Nuno Cardoso), terrenos esses localizados junto à Via de Cintura Interna (VCI).
Sobre aqueles terrenos estavam nessa altura registadas 14 hipotecas e penhoras, no montante de 10,3 milhões de euros.
A compra foi feita pela FGSV, em hasta pública, por três milhões. A empresa não foi a primeira licitadora, mas o terreno foi-lhe atribuído depois de o juiz perceber que o maior licitador, que tinha oferecido 15 milhões, tinha desaparecido.
A empresa em causa, com sede em Trofa, tem ainda outra semelhança à agora criada com Nuno Cardoso. A sede também é fantasma e na morada, em Trofa, indicada nos registos, não existe qualquer sociedade.
Este negócio teve outra particularidade. Quem licitou os terrenos de Arca D'Água foi efectivamente a empresa do presidente da comissão administrativa do Salgueiros, mas em Março, um mês antes do negócio se concretizar, aquele passou as quotas a outro empresário, poucos dias antes de constituir uma nova sociedade imobiliária com Nuno Cardoso.
Refira-se ainda que a venda em hasta pública foi contestada pela Liga de Clubes, que alegava deter uma hipoteca sobre os terrenos, no valor de 650 mil euros. Dizia ainda não ter sido avisada da venda judicial, mas a irregularidade alegada não foi suficiente para invalidar o negócio.
Fontes:
Jornal " Público"
Jornal "Diário de Noticias"
Lusa
2 comentários:
lamento que as fp25 nao estejam em actividade. É que com elas estas ratazanas teriam a resposta adequada.
É incrível estas coisas!
http://forcamagicoslb.blogspot.com/2010/11/voltamos-ao-passado.html
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