Novembro de 1990. Tudo aconteceu num Penafiel-Belenenses envolvendo o árbitro Francisco Silva, mas nos registos está escrito que quem apitou foi Fortunato Azevedo. Rebentou o escândalo do Penafielgate, em que tudo sucedeu nos balneários antes do jogo com um cheque de 2000 contos e que teve pesadas consequências para Francisco Silva.
Uma combinação entre Manuel Rocha (presidente do Penafiel), Lourenço Pinto (presidente do Conselho de Arbitragem) e o árbitro Francisco Silva resultou num cheque passado no valor de 2000 contos. Mais tarde, através de uma gravação telefónica entre os intervenientes, ficou-se a saber que eram 1500 contos relativos ao jogo com o Belenenses e os restantes 500 contos relativos aos jogos de outros clubes apitados por esse árbitro e onde o Penafiel tinha interesses. Contudo, nos balneários de Penafiel, após receber o cheque, Francisco Silva escusou-se apitar dizendo que estava doente. “Ó Chico, eu bem te avisei... ó Chico, o que tu foste fazer!” clamava Lourenço Pinto em conversa telefónica com o árbitro. Com o cheque e as escutas telefónicas como prova, os três intervenientes iriam sofrer a pesada mão da justiça.
E resultou na irradiação de Francisco Silva do futebol!
Só em Portugal é que o corrompido é castigado, mas nunca o corruptor: Manuel Rocha “retirou-se” do clube e Lourenço Pinto passou a pasta do Conselho de Arbitragem. E, já agora, este Lourenço Pinto que participou no suborno do árbitro, é foi o advogado do Pinto da Costa no caso Apito Dourado! Curioso…
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