Jogou com a camisola do F.C. Porto, chegou a ser comparado ao compatriota Anderson, mas agora está atrás das barras, no Brasil. Esta é a história de «Rafa», um jovem que decidiu conciliar o futebol ao crime. Com uma identidade falsa conseguiu ser considerado uma promessa em Portugal, mas agora arrisca-se a cumprir pena por assalto à mão armada e homicídio.
Em 2008 chegou ao Portimonense um jogador brasileiro chamado Rafael Massambani Silva, de 16 anos. Um contrato de quatro anos com uma cláusula de 5 milhões de euros assegurava um talento que parecia proporcional aos problemas. Uma prolongada viagem ao Brasil terá sido a gota de água para o emblema algarvio, que no final da época negociou o médio com o F.C. Porto. O dia 17 de Dezembro de 2008 assinalou a estreia pelos «dragões», na visita a Trofa, em jogo da Liga Intercalar. Em entrevista ao jornal «O Jogo», já em Janeiro, aceitava as comparações com Anderson: «Espero ter o mesmo sucesso neste clube, que acreditou em mim como um dia acreditou no potencial dele». «Rafa» jogou também pela equipa de juniores azuis e brancos, mas pouco tempo depois desapareceu novamente no Brasil, para nunca mais voltar.
«Esteve connosco um mês e meio, talvez», recorda Caetano, antigo júnior do F.C. Porto e actual jogador do Paços de Ferreira, ao Maisfutebol. «Era muito forte fisicamente. Mais forte do que os outros. Era um bicho. Brincávamos com ele, dizendo que ele era ¿gato¿», acrescenta o jovem avançado português, aproveitando um termo que os brasileiros aplicam a jogadores com idade falsa.
A brincadeira dos colegas do F.C. Porto não podia estar mais acertada. Mesmo em Portugal surgiram suspeitas sobre a idade do jogador, como de resto foi escrito em alguns «blogs» afectos ao Portimonense, que sempre estranharam a atribulada passagem do jogador por Portugal. O caso até ameaçava cair no esquecimento, não fosse uma detenção no passado mês de Novembro. Foi através da polícia brasileira que se descobriu que «Rafa» se chama, afinal, Vinícius Massambani da Silva. E não nasceu a 21 de Fevereiro de 1992, como dizia o registo na Federação Portuguesa de Futebol, mas sim a 7 de Agosto de 1988.
Assalto, homicídio e porventura tráfico de droga
O antigo jogador de Portimonense e F.C. Porto foi detido no passado mês de Novembro, suspeito de assalto à mão armada e homicídio, e está a aguardar julgamento. «Assaltou uma casa lotérica (casa de jogos), com um comparsa, utilizando o carro da namorada, que foi depois abandonado. É acusado ainda de envolvimento no homicídio de um membro da mesma quadrilha, que eles suspeitariam que os teria denunciado», revelou ao Maisfutebol Ricardo Casanova, delegado-adjunto da Polícia de Apucanara, adiantando que houve confissão. Por incrível que pareça, e embora só o primeiro nome tenha mudado, esta fonte policial garantiu que o verdadeiro Rafael não é familiar de Vinícius.
A detenção ocorreu em Curitiba, a 300km da sua residência. «Ele estava a usar uma identidade falsa, de outra pessoa aqui da região, o que contribuiu para a sua detenção. Revelou que tinha usado o documento para jogar em categorias inferiores de clubes de futebol», acrescentou o agente da autoridade.
Para além de aguardar julgamento, acusado de assalto à mão armada e homicídio, o antigo jogador de Portimonense e F.C. Porto está ainda a ser investigado por alegado envolvimento em tráfico de droga. «Na altura pareceu-me uma boa pessoa. No balneário nunca houve problemas», diz Caetano. «Rafa» até terá agredido um juvenil do F.C. Porto, durante um treino, mas ninguém imaginaria a história que se seguiria.
1 comentário:
Eheheheheh!
Abraço amigo Kapotes.
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