Alemães, as bestas negras
Podem ser muito fracos, estar mal classificados, mas os alemães são as bestas negras do Benfica.
O 17.º classificado da Bundesliga veio ontem espantar o Estádio do Glorioso ao chegar ao intervalo a ganhar por 0-1. Confesso que vi a primeira parte aos repelões, devido a compromissos profissionais, porém, o que vi foi suficiente para dar o seguinte conselho:
- o Jorge Jesus antes dos jogos europeus não deveria fazer delarações bombásticas, pois para além de condicionar a própria equipa, aumenta os níveis de motivação dos adversários
A equipa do Benfica, com muitos elementos com pouca experiência europeia e pouco contacto com adversários que nada têm a ver com a cultura portuguesa, que já dominam, ou sul-americana, donde são naturais a maioria dos jovens do Benfica, tem dificuldades quando joga com adversários com outra tarimba. Salvio é o exemplo paradigmático, explosivo e demolidor no campeonato nacional, foi um jogador banal, que pouco ou nada fez a diferença. Franco Jara que marcou um golão, não sabe movimentar-se como faz o Saviola que recua no terreno dando linhas de passe adicionais e criando pontos de superioridade no meio-campo a partir dos quais nascem as fabulosas triangulações. Fábio Coentrão e Gaitán estavam constantemente em inferioridade numérica, pelo que só o cansaço alemão e as substituições (em especial a saída de Hajdal) permitiram mais folga no segundo tempo. O próprio Aimar, como não sentia o recuo do Jara, conforme faz o Saviola, tinha que jogar mais adiantado, criando um fosso entre as duas linhas do Benfica, a defensiva e a ofensiva pelo que diminuia a ligação entre sectores afectando a dinâmica global da equipa que se via manietada nas transições rápidas visto estar sempre em inferioridade numérica em qualquer zona do terreno, esquerda, direita,centro, atrás ou à frente.
A entrada forte dos alemães assustou a equipa do Benfica que se sentiu ameaçada e o golo sofrido não foi inesperado, pois a bola foi colocada nas costas da defesa em velocidade e o jogador alemão concluíu com classe.
Veio a segunda parte e foram corrigidos alguns posicionamentos. A equipa começou a carburar e o guarda-redes alemão a mostrar a sua qualidade com defesas a remates de Coentrão, Aimar por 2 vezes e Gaitán, mas o golo viria a surgir com um remate cruzado de Cardozo. As alterações, com as saídas de Aimar e Salvio (jogo muito abaixo do habitual) e as entradas de Martins e Kardec vieram criar mais presença na área, obrigando os alemães a reposicionarem-se e baixarem ainda mais no terreno.
Até que Jara faz o 2-1 com um remate fantástico, mas caso Cardozo não tivesse confirmado, não sei se a equipa de arbitragem o teria assinalado.
Os alemães responderam imediatamente e num livre muito perigoso atiraram ao poste, desperdiçando o 2-2. Picado por esse susto o Benfica fez o pressing final mas Kardec e Javi de cabeça e Felipe Menezes e Cardozo com os pés desperdiçaram o 3-1 que daria um pouco mais de conforto para a deslocação a Estugarda.
Segunda-feira temos uma viagem à lagartada que sacou um bom resultado em Ibrox Park (empate a 1 depois de terem estado à beira do KO) e depois toca a rumar à VfB Arena em Estugarda onde na quinta-feira às 20.05 temos a 2.ª mão.
Esta vai ser uma semana decisiva para as aspirações na Liga Portuguesa e na Liga Europa.
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