Quem é Reinaldo Teles? O passado e o presente...
Nasceu pobre e foi trabalhar para a tasca do tio. Esteve sempre ligado às casas de alterne. Usou a violência e a corrupção para vencer na vida. Hoje, é acusado de crimes de burla e alvo de penhoras (por dívidas de jogo). Tudo sobre este campeão de boxe que... negociou a vitória e conseguiu um falso KO.
Reinaldo Teles é uma das figuras mais discretas da Direcção do FC Porto. Rara é a entrevista concedida, raras são as declarações à Imprensa. Sempre que fala diz o básico, para não falar de mais. Parece ter medo das palavras.
Estranho, porque Reinaldo não é homem de medos. Caso contrário não teria sido empresário da noite, chulo, segurança, chefe de capangas e... campeão de boxe. É o braço direito de Pinto da Costa, ou o homem-sombra, que tenta escapar ao mediatismo.
Mas Reinaldo não consegue escapar ao mediatismo. As penhoras por dívidas de 300 mil euros ao Casino de Espinho e as acusações de fraude ao Fisco colocam o seu nome, repetidas vezes, nas capas dos jornais. As prostitutas escondidas numa arca de uma boîte, há dias, são o mais recente episódio mediático de Reinaldo.
A chegada de Reinaldo ao FC Porto dá-se na liderança de Américo de Sá, que encontrou neste campeão de boxe o perfil ideal para segurar as sempre agitadas assembleias do clube. Reinaldo era treinador de boxe e juntou os seus rapazes para impor a lei do mais forte, nessas reuniões magnas.
Escreve Marinho Neves, no livro ‘Golpe de Estádio’, que, “nessa altura, Pinto da Costa temia-o, porque não era um brigão vulgar e muito menos um marginal estúpido e incompetente”. Reinaldo Teles “dava as ordens para descascar à fartazana e depois surgia como o apaziguador, o bom rapaz que nada tinha a ver com toda aquela violência”.
Sempre esteve perto da luta entre homens da noite, de prostitutas e marginais, quando serviu numa tasca de um tio. Assistiu a cenas de pancadaria e associou essas imagens ao seu instinto violento. Queria ser tão mau como os vilões, tratar as mulheres com o poder da força, como se estivesse na arena de combate.
“Deu uma tareia a um chulo por causa de uma das suas prostitutas, com quem perdeu a virgindade. Os dois estavam apaixonados. A prostituta gostava do miúdo, mas para ficar com ele tinha de pensar numa forma de o proteger”, escreve Marinho Neves.
Reinaldo estava cercado e precisava de ganhar poder para se defender e ser mais forte que os fortes – um pouco à semelhança do que aconteceu com o FC Porto. Conheceu um treinador de boxe do Porto e começou a treinar...
“A partir daí, quando as coisas aqueciam na tasca do seu tio, Teles fazia uns treinos-extra, passando a ser conhecido e respeitado. Depois de fechar a tasca, aproveitava a boleia de um amigo e ia ter com a sua amada prostituta, que atacava em Santos Pousada”, conta Neves.
O boxe retirou Reinaldo Teles da tasca. Dedicou-se a esta ‘arte’ e somou o título de campeão. Estava a um pequeno passo dos bares de alterne, onde viria a ser segurança e proprietário. No meio de prostitutas, viria a casar-se com uma delas, actual dirigente do FC Porto.
O primeiro acto de corrupção, segundo conta Marinho Neves, foi praticado na final que lhe viria a dar o título de campeão de boxe. Teles queria ganhar para impor respeito num mundo sem lei: as casas de alterne.
“O seu adversário era poderoso. Teles, sempre inclinado para negócios marginais, colocou em prática um plano diabólico. Ele sabia que no boxe profissional a corrupção era prática
constante. Contactou o adversário, negociou a vitória no terceiro "round" e um KO mal disfarçado deu-lhe a oportunidade de saltar no ringue elevando as luvas em sinal de vitória”.
A lei e o fair-play nunca fizeram escola no portfólio de valores do actual vice-presidente do FC Porto. A violência, a prostituição, a corrupção, o conflito e hábitos deploráveis constam do seu subconsciente.
Viciado em jogo, enfrentando várias tentativas de cura, Reinaldo chegou a acumular uma dívida de 300 mil euros ao Casino de Espinho, o que lhe custou uma acção em tribunal. Este caso originou uma penhora.
“A dívida de Reinaldo Teles à Solverde, empresa concessionária do Casino de Espinho, é de 297700 euros mais juros de mora. O assunto é melindroso nos meios portistas. Contactada pelo DN, a SAD do Futebol Clube do Porto, através de um assessor, disse ‘não ter comentários a fazer para já’, mas admitiu ‘reagir mais tarde’”, escreveu o DN.
Também o Jornal de Notícias deu destaque a outra faceta do dirigente portista: o homem envolvido em fraude fiscal. “Reinaldo Teles foi acusado pelo Ministério Público por dois crimes de fraude fiscal, na qualidade de proprietário de uma construtora da Maia. Acusado foi também António Araújo, empresário de jogadores envolvido no caso Apito Dourado”.
Há dias, esteve envolvido numa rusga à casa de alterne Taverna do Infante. A PSP encontrou nove brasileiras escondidas “em locais tão estranhos como uma arca congeladora”, escreve o 24 Horas online. “Estavam todas em situação ilegal no País e cinco foram detidas.
“A operação da PSP e do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) visitou de surpresa duas boîtes, mas foi na famosa Taverna do Infante, na Ribeira do Porto, que encontrou maior resistência. O dirigente portista estava presente e terá mesmo assumido uma postura de responsável pela casa”, acrescenta.
E este é um curto filme da vida de Reinaldo. Um homem que nasceu sem nada e que enriqueceu com processos obscuros, no mundo da noite. Este é o homem em quem Pinto da Costa confia...
Fonte:
FC Porto, a Mentira Desportiva
1 comentário:
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